segunda-feira, 13 de junho, 2016

AkzoNobel prevê leve expansão no país este ano

A divisão de tintas decorativas da AkzoNobel projeta ter leve crescimento, neste ano, apesar da retração da economia. Sem informar o faturamento estimado, o novo presidente da divisão, Daniel Campos, conta que é esperada expansão em linha com a do ano passado. "O momento é complicado no país, mas há grandes oportunidades. Nunca desperdice uma crise", disse o executivo, ao Valor, na primeira entrevista desde que assumiu o cargo em janeiro.
Campos tem focado as atenções na busca de aumento da percepção de valor das tintas da empresa - a marca mais conhecida é a Coral - para elevar o tíquete médio, pela mudança do mix vendido. A intenção, segundo ele, é crescer acima da categoria. Coral e Suvinil - da concorrente Basf - são as principais marcas do segmento.
Os investimentos em inovação, que costumam se concentrar no segundo semestre, foram antecipados para a primeira metade do ano. À oferta de novos produtos para a linha Coral se soma o relançamento da marca de entrada Coralar. Atualmente, de acordo com Campos, o brasileiro gasta R$ 6,5 por ano em tintas da Coral, número que a AkzoNobel pretende elevar para R$ 10 até 2020. Se considerada a população brasileira de 200 milhões de habitantes e o desembolso per capita atual, o faturamento da divisão de tintas fica por volta de R$ 1,3 bilhão.
A divisão de tintas decorativas da AkzoNobel tem conseguido melhora de margens, neste semestre, devido à desvalorização do dólar, ao aumento de preços e à melhora de produtividade, segundo Campos. As margens caíram no segundo semestre de 2015, quando a moeda americana se valorizou. Parte das matérias-primas utilizadas na fabricação de tintas é atrelada ao dólar. A AkzoNobel busca comprar o máximo possível de insumos de fornecedores locais.
A empresa reajustou preços no segundo semestre de 2015 e no início deste ano. Há expectativa que as margens melhorem também à medida que aumentar a participação de itens de maior valor no mix de produtos. A unidade de tintas decorativas da AkzoNobel possui 1.200 funcionários. "Temos reduzido custos. A crise força a fazer mais com menos", afirma.
Historicamente, 80% das vendas de tintas da empresa são destinadas ao varejo e 20% às construtoras, fatia que tem diminuído com a redução de novos projetos imobiliários. "Há um movimento importante de redução de estoque do varejo no primeiro semestre", diz. Reforma e "redecoração" são as principais destinações dessas tintas.
A importância do Brasil para a holandesa AkzoNobel está mantida, apesar da piora da economia, segundo o executivo. "Com 350 anos, a AkzoNobel tem a visão que crises vêm e vão", diz Campos. Ele ressalta que é fundamental fazer o necessário, no curto prazo, mas com olhar de longo prazo. "Quem começa agora arranca antes." A AkzoNobel atua mais de 80 países. Considerando-se todos os negócios da AkzoNobel no Brasil, tintas decorativas respondem por 45%.
Valor Economico
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