Para sobreviver à crise, as famílias se concentram nos produtos de primeira necessidade no momento das compras, segundo o economista Altamiro Carvalho, da Fecomercio-SP, o que se tornou um obstáculo para o consumo de bem durável. Com desemprego em alta e crédito em baixa, consumidor corta tudo, menos supermercado e farmácia. Para dar conta dos gastos diante da instabilidade econômica, a população, em especial a classe C, tem feito um ajuste fiscal doméstico para reduzir as despesas. E o receio das famílias em consumir bens de maior valor, que costumam ser comprados à prestação, está refletido no balanço das grandes companhias.
A queda em vendas no comércio tem sido impulsionada pelos segmentos de vestuário, móveis, veículos e eletrodomésticos. De janeiro a outubro, as vendas de eletrodomésticos caíram 16,3%, segundo a FecomercioSP. Um levantamento feito pelo jornal Estado de S. Paulo evidencia outros impactos dessa mudança do brasileiro. As ações de empresas do varejo de vestuário e eletrodomésticos sofreram, em 2015, o pior cenário na bolsa. As mais castigadas foram as redes Magazine Luiza (-71,85) e Via Varejo (-81,4%). No ramo de confecções e calçados, Lojas Marisa, Restoque (Le Lis Blanc, Dudalina, entre outras), Guararapes (Riachuelo) e Hering, fecharam o ano com as ações no vermelho.
Giro News – 13/01/2016
