terça-feira, 05 de janeiro, 2016

Concorrência no setor de cerveja especial vai aumentar

As indústrias de cerveja vão enfrentar em 2016 uma competição mais acirrada pelos clientes, que já reduziram o consumo da bebida alcoólica no ano passado e devem beber menos agora, em função da renda disponível menor. Nesse ambiente, as grandes empresas investem mais em produtos de maior valor agregado para garantir uma rentabilidade maior com um volume menor de vendas.
De acordo com dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe) da Receita Federal, a produção de cerveja no Brasil somou 13,86 bilhões de litros no ano passado, o que representou uma queda de 1,99% em comparação ao volume apresentado em 2014. Neste ano, o Deutsche Bank projeta para o setor uma queda nas vendas próxima a 0,8%.
Os resultados divulgados pelo Sicobe confirmam as tendências apontadas para o setor em 2015 - e que devem se manter neste ano -, de vendas mais fracas de cerveja para consumo fora de casa e avanço de linhas especiais. A produção de cerveja em cascos de vidro retornável (adotados principalmente em bares e restaurantes) encerrou 2015 com queda de 6,7%, chegando a 6,74 bilhões de litros. Ao longo do ano passado, os consumidores reduziram a ida a bares e restaurantes, como parte dos esforços para cortar despesas.
A alta mais forte dos preços de alimentos e bebidas fora de casa também contribuiu para a fuga dos bares. A produção de cervejas em lata, vendidas principalmente em hipermercados e outros pontos de autosserviço, onde os preços foram mais "camaradas" do que nos bares, cresceu 2,4%, chegando a 6,57 bilhões de litros.
Outro segmento que apresentou desempenho positivo foi o de cervejas em casco de vidro descartável e outras embalagens - negócio que inclui a categoria de cervejas especiais. Essas linhas cresceram 10,1% na produção em 2015, para 540,1 milhões de litros.
Para 2016, as maiores fabricantes de cerveja no país - Ambev, Heineken e Cervejaria Petrópolis - já anunciaram planos de ampliar a oferta de bebidas especiais, para melhorar o resultado financeiro em relação ao ano passado.
A Ambev relançou em 2015 a cerveja Adriática, comprou as cervejarias artesanais Wäls e Colorado, e ampliou a oferta das cervejas premium Stella Artois, Budweiser e Original. A Heineken anunciou em novembro um aporte de R$ 1 bilhão para instalar uma fábrica em Itumbiara (GO) e ampliar a oferta de marcas premium, como a própria Heineken, Desperados e Sol. O grupo Petrópolis prevê lançar pelo menos um novo sabor para as linhas de cervejas especiais que já possui, das marcas Black Princess, Petra e Weltenburger.
Para este ano ou 2017 está prevista a entrada do grupo Molson Coors no Brasil. Na fusão entre Anheuser-Busch InBev (AB InBev) e SABMiller, esta última concordou em vender à Molson a participação de 58% na joint venture MillerCoors e o negócio da marca Miller fora dos Estados Unidos. Com a incorporação da Miller, a americana começa a competir no Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai e na Bolívia.
Nos primeiros seis meses de operação direta da SABMiller no Brasil, a empresa - em parceria com o Grupo Petrópolis - levou a marca Miller para 50 mil estabelecimentos e alcançou 1,3% de participação no segmento de cervejas premium. O plano da companhia para 2016 é manter um forte ritmo de expansão no país.
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