terça-feira, 22 de setembro, 2015

Venda de ar-condicionado deve cair 19% no ano com cenário mais difícil

O mercado de ar-condicionado deve encerrar o ano com recuo de 19% no faturamento, após avançar 21% no ano passado. A queda é atribuída à forte base de comparação em 2014 e à retração na demanda pelos produtos da categoria.
As altas temperaturas no verão, entretanto, são a aposta das fabricantes para tentar reverter o quadro de desaceleração do consumo. "Com o aumento da temperatura, as pessoas acabam deixando de comprar algo e adquirem o ar-condicionado, mas o cenário econômico afeta sim a compra por impulso", afirma o presidente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Wadi Tadeu Neaime.
Segundo ele, a base de comparação com o ano anterior também faz com que seja mais difícil para o setor avançar em 2015. "Mesmo com a retração, ainda teremos um resultado melhor que o registrado no ano passado", diz.
A demanda dos clientes corporativos é um dos fatores que podem ajudar a compensar a retração das encomendas para o varejo doméstico este ano, avalia Neaime. Os investimentos nesse segmento são de médio e longo prazo, sendo menos afetados pelo cenário no curto prazo.
Planejamento
Para a LG, que atende o mercado doméstico e corporativo, as altas temperaturas esperadas para os próximos meses não serão suficientes para garantir a reversão do desempenho geral do setor.
"A previsão de crescimento para o ano passou por várias revisões. Agora esperamos fechar 2015 com alta um pouco acima de 10% na linha inverter [com maior eficiência energética] e no volume total estamos em compasso com o mercado", conta o diretor comercial de linha branca e ar-condicionado da LG, Lúcio Bacha.
Em entrevista ao DCI no início do ano, o executivo disse que a empresa esperava alta de 15% nas vendas em 2015, após avançar 39% em 2014.
"O calor deve ser intenso este ano, o que vai ajudar a estimular a demanda, mas há uma grande probabilidade de faltar produto no varejo", ressalta. Ele explica que a ruptura será causada pela redução das encomendas à indústria nesse ano, que não terá tempo hábil para produzir o excedente.
"Todas as empresas estão receosas quanto à previsão de vendas e à instabilidade do cenário econômico. Com isso, o planejamento do setor tem mudado. Os pedidos dos varejistas acontecem, mas em menor volume", destaca ele.
A concorrente Electrolux também tem percebido que os clientes estão mais cautelosos este ano. "Vemos que o varejo está calculando mais os riscos de formação de estoques elevados do produto", observa a gerente de produtos da Electrolux para air care e water care, Mariana Marcondes.
A fabricante começou a receber as encomendas neste mês e espera ter melhor previsibilidade da demanda para o verão até o final de setembro.
"Nesse momento ainda conseguimos atender a maior parte ou pelo menos os pedidos para os principais meses do ano, mas como em todo mercado sazonal, sempre há o risco da demanda exceder o planejamento e faltar produto."
O tempo médio entre a compra de matéria-prima e a saída do produto da fábrica, conta a executiva, é de três meses. Ela cita que, se o calor esperado para os próximos meses não vier, a produção da empresa pode registrar recuo frente ao ano passado. A fabricante não revela, porém, a projeção de vendas da categoria de ar-condicionado em 2015.
DCI
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