terça-feira, 07 de abril, 2015

Tecnologia e marcas licenciadas são apostas para atrair consumidores

São Paulo - Para atrair a atenção do consumidor, que está menos disposto a gastar com brinquedos neste ano, as fabricantes do setor apostam em produtos com novidades tecnológicas e marcas licenciadas.
"O cenário não é dos melhores no geral da economia, mas nós, 'brinquedeiros', estamos acostumados a travar longas batalhas pela sobrevivência", disse o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Costa.
Apesar do cenário econômico adverso, a Abrinq estima um crescimento de 15% sobre o faturamento de R$ 9,5 bilhões registrado pelo setor no ano passado.
Para tentar impulsionar as vendas, a Xalingo vai lançar na Abrin 2015, terceira maior feira de brinquedos do mundo, entre hoje e sexta-feira, produtos com recursos de interação digital. "Somos fortes nos produtos tradicionais, mas esse ano a nossa grande novidade é o brinquedo de montar que tem interação com um aplicativo para celular", conta o diretor de operações da Xalingo, João Ebert.
Outra aposta, segundo o executivo, são as parcerias com marcas licenciadas, que têm maior apelo junto aos consumidores. "O personagem licenciado é um reforço de atrativo para o produto e já percebemos que a marca Frozen, da Disney, foi um grande sucesso no ano passado e trouxemos para a linha", afirmou. Com isso, a Xalingo espera encerrar o ano com alta de 12% a 15% no volume vendido.
A paulista Elka Brinquedos também tem lançamentos com a marca Frozen previstos para o ano. "Essa é uma das nossas apostas dentro da estratégia de oferecer produtos com preço competitivo e marcas fortes", explica o diretor da Elka, Eduardo Kapaz. Ele destaca também os produtos com recursos eletrônicos como uma das apostas, mas lembra que os itens tradicionais ainda têm espaço no mercado.
A Sunny Brinquedos, que importa todos os seus produtos, também tem como estratégia para alavancar as vendas os licenciados. "Tem muito produto licenciado de Frozen, mas procuramos trabalhar itens diferenciados", explica o diretor financeiro da Sunny, Gabriel Candi.
Câmbio
Para ele, o maior problema da empresa este ano é a desvalorização do real frete ao dólar, que tem onerado a importação dos produtos. "Já reajustamos a tabela de preços com altas de 15% a 30%".
Ele observa, porém, que os consumidores não têm recebido bem o reajuste e, por isso, uma alternativa é investir nos lançamentos. "O lançamento traz mais cliente para a loja e atrai o consumidor de uma categoria que é a primeira a ser excluída do orçamento doméstico", avalia Candi. A previsão da empresa é encerrar o ano com volume de vendas em linha com 2014 e alta de 8% a 10% no faturamento.
Na Galápagos, fabricante de jogos de tabuleiro que importa pouco mais da metade da produção, o câmbio também tem afetado o resultado financeiro, mas a empresa optou por absorver parte da alta nos custos para não reajustar o preço das linhas de entrada da marca.
"Seguramos o preço dos itens que mais atraem os novos consumidores para não prejudicar o crescimento", cita o diretor de produto da Galápagos, Renato Sasdelli. Ele espera uma alta de 50% no volume de vendas em 2015. No primeiro trimestre deste ano, a Galápagos vendeu em média 10 mil produtos por mês.
Vantagem
A Estrela, uma das maiores fabricantes de brinquedos, vê a pressão cambial sobre os importados como uma oportunidade. "Estamos importando menos e produzindo mais, o que nós dá vantagem competitiva", revela o presidente da empresa, Carlos Tilkian.
Ele conta que o objetivo é crescer 10% em faturamento este ano, após registrar alta de 50% no ano passado. O executivo não revela de quanto será o crescimento em volume, mas garante que as estratégias de marketing serão mais agressivas. "Em 2014, crescemos muito acima do setor ganhando participação de mercado e o mesmo pode ocorrer este ano. Mas nossa meta pode ser revisada se o cenário piorar."
DCI – 07/04/2015
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