sexta-feira, 10 de abril, 2015

Franquia que só vende omeletes fatura R$ 1,8 milhão por ano em quatro lojas

Com um cardápio só de omeletes, o restaurante Homelete, que nasceu em 2013, já virou franquia com quatro pontos na capital paulista e, em 2014, faturou R$ 1,8 milhão. O lucro não foi informado. Até o final de 2015, a meta é chegar a dez unidades. Hoje, metade é franqueada.
O que muda de um prato para outro é o recheio. Filé mignon, salmão, brócolis, shimeji (cogumelo da culinária oriental) e o tradicional presunto e queijo são algumas das mais de 30 opções oferecidas. A refeição pode ter até três acompanhamentos como arroz, salada, feijão e fritas.
De acordo com Anderson Romero, 37, sócio da franquia, as omeletes são feitas com três ovos e pesam cerca de 300 g. Há uma linha Fitness feita apenas com a clara dos ovos. "Cerca de 30% dos clientes que pedem esses sabores frequentam academias próximas às lojas", diz. As omeletes dessa linha, como a de rúcula e a de brócolis, custam R$ 21,90.
A campeã de vendas, segundo Romero, é a omelete de frango com catupiry, que pertence à linha tradicional (R$ 19,90). Na linha de sabores especiais (R$ 27,90), as mais vendidas são a de filé mignon e a de costelinha desfiada com molho barbecue.
Segundo a empresa, o custo de abertura de uma unidade é a partir de R$ 350 mil (inclusos taxa de franquia, instalação e capital de giro). O faturamento médio mensal de uma unidade é de R$ 100 mil com retorno do investimento em até 30 meses. A lucratividade por loja é de 12% (R$ 12 mil de lucro em média), segundo a rede.
Ideia de negócio surgiu na padaria
Antes de abrir a empresa, Romero era analista de sistemas. Ele diz que costumava jantar omelete em uma padaria quase todas as noites. Enjoado de comer sempre com o mesmo recheio (presunto e queijo) ele pediu ao chapeiro para fazer uma omelete com filé mignon. O funcionário achou graça e disse que não existia omelete de outro sabor. Da resposta surgiu a ideia de negócio.
O empresário, então, procurou ajuda do chef e amigo Rogério de Carvalho, 42, que vendeu a sociedade em um outro bar para investir no novo negócio. O investimento inicial foi de R$ 400 mil e empresa abriu as portas em setembro de 2013.
A segunda loja veio em junho de 2014, já no modelo de franquia. No mesmo ano foram abertas mais duas unidades. Por dia, cada ponto atende, em média, 150 pessoas e gasta cerca de 450 ovos, que são pasteurizados e vêm em caixas de 1 litro ou galões de 5 litros.
"Cada litro corresponde a 20 ovos", diz. "O ovo pasteurizado é mais fácil de armazenar e ele passa por um processo que minimiza o risco de contaminação pela salmonela."
Receita fácil de copiar favorece aumento da concorrência
Para André Friedheim, diretor da consultoria Francap, há espaço no mercado para omeleterias. Segundo ele, o produto já é conhecido e aceito pelo público, o que facilita sua expansão. Além disso, a variedade de sabores faz com que a empresa amplie seu público mesmo sendo especializada em omeletes. "Se fossem dez sabores ou menos, seria mais complicado", diz.
No entanto, o consultor afirma que omeletes são receitas fáceis de ser copiadas, o que diminui a barreira de entrada de concorrentes no mercado. "Por conta da baixa complexidade do negócio, pode ser que abrir uma omeleteria vire febre e apareçam várias marcas por aí."
O problema, de acordo com Friedheim, é que, passada a onda, poucos negócios se mantêm no mercado. "Já vimos isso acontecer com as redes de iogurte frozen, cupcakes, temakis e brigadeiros", diz. "No mesmo caminho estão as lojas de bolo caseiro e paletas mexicanas, que estouraram no mercado e agora tendem a perder força."
DCI
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