sexta-feira, 11 de dezembro, 2015

Setor de eletroeletrônicos encolhe 10%

O setor eletroeletrônico fechará o ano de 2015 com queda real de 10% na receita, para R$ 148,3 bilhões, segundo a associação das empresas do setor, a Abinee. Com isso, o setor volta aos níveis de 2012, quando faturou R$ 144 bilhões. No fim do ano passado, a Abinee projetava recuo de 3% para este ano.
Dos nove setores acompanhados, apenas as vendas de celulares apresentaram avanço: 3% no faturamento, apesar da queda de 27% no volume. "Ninguém podia prever que seria um ano de tanta dificuldade. E as perspectivas não são das melhores", disse o presidente da Abinee, Humberto Barbato, ontem, em São Paulo.
Para 2016, a Abinee projeta recuo real nas vendas do setor de 6%, com queda de 2% no emprego e investimentos estáveis. Já as exportações podem avançar 2%, impulsionadas pela desvalorização do real. As importações cairiam 3%. Em 2015, o nível de investimento feito pelas empresas do setor caiu 10%, para R$ 3,5 bilhões por conta das incertezas sobre os rumos do país. Já o número de pessoas empregadas encolheu em 38 mil, devendo fechar o ano em 256 mil trabalhadores. É o mesmo patamar de 2009, quando o número foi de 255 mil.
De acordo com Hugo Valério, vice-presidente da Abinee, a maior parte das demissões aconteceu no segmento de computadores, que encolheu 19% na receita e 37% no número de unidades vendidas.
Com produção em queda, caiu a importação de componentes: 19%, para US$ 33,2 bilhões em 2015. Mesmo com o dólar registrando valorização de 45% no ano, as exportações caem 11%, passando de US$ 6,6 bilhões para US$ 5,8 bilhões. Houve redução em todos os destinos, inclusive para América Latina e os EUA, que absorvem 70% das vendas externas do setor.
Com as retrações, o déficit na balança comercial apresentará queda de 21%, estima a Abinee, fechando o ano em US$ 27,4 bilhões, contra US$ 33,2 bilhões em 2014. "A única forma de reduzir esse déficit é aumentando as exportações. Mas isso leva tempo porque é preciso reconquistar clientes perdidos com os anos de uma política cambial feita para mostrar uma realidade do país que não existia realmente. E reconquistar é muito mais difícil do que conquistar", disse Barbato.
Sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Roussef, Barbato disse que a expectativa é que o processo caminhe de forma mais célere possível para destravar o país. Pessoalmente, ele acha que a melhor opção seria Dilma sair. Destacou, no entanto, que mesmo com a destituição da presidente, pode não haver governabilidade, uma vez que é possível que o PT faça oposição ferrenha à nova administração. "O ex-presidente Lula faz um desserviço ao dizer que o impeachment é golpe. É preciso pensar mais no país", disse.
Valor Economico
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