sexta-feira, 11 de dezembro, 2015

Distribuidoras de gelo se adaptam para driblar custo alto e venda fraca

Mesmo com a aproximação do verão e das comemorações de fim de ano, as vendas de gelo estão fracas. Os empresários avaliam que isso se deve à crise econômica, uma vez que as famílias começaram a conter gastos, diminuindo festas domésticas e também as refeições fora do lar.
As empresas do setor, que em geral distribuem a produção própria de gelo, enfrentam ainda elevação de custos com energia elétrica, diesel e plástico. O impacto, dizem, eleva em mais de 50% as despesas e exige medidas de contenção de gastos.
As três fabricantes consultadas pelo DCI relatam retração nas vendas, em uma tendência observada desde fevereiro. A Geluxo, sediada na zona sul de São Paulo, e a Gelo Geol, de Cordeirópolis, no interior do estado, vão fechar o ano com retração de 10% nas vendas em comparação com o ano passado. A Gelo Cristal, de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, prevê fechar o ano com retração na casa dos 20%.
A bandeira vermelha nas tarifas de energia elétrica, acionada desde o início do ano, é apontada pelos empresários como o maior entrave à atividade, uma vez que o setor é um grande consumidor desse insumo. Exemplo dessa pressão, a Gelo Cristal afirmou que as despesas com energia elétrica subtraem o equivalente a 20% a 30% da receita da empresa.
Os empresários dizem ainda ter dificuldades para repassar essas elevações para o preço final do produto, devido à grande concorrência. Como consequência, relatam diminuição da margem de lucro, falta de investimentos e sucateamento.
De acordo com o diretor da Geluxo, Vanderlei Polegato, as vendas dos meses de dezembro a fevereiro, que costumam ser os melhores períodos para o mercado, servirão apenas para recuperar as perdas que as empresas estão acumulando desde o início do ano.
Reajuste
Polegato afirma que, para cobrir as despesas, foi necessário reajustar em 5% o preço final do produto. "Ainda não foi o suficiente. Precisaria de 10% a 20% de reajuste, mas, se aumentássemos tudo isso, não conseguiríamos concorrer com o mercado", diz o empresário.
O administrador da Gelo Cristal, Anderson Luiz Silverio, afirmou que muitas fabricantes do setor estão adotando a estratégia de abaixar os preços na tentativa de elevar as vendas. Para Silverio, essa não é a melhor alternativa, já que na sua visão o motivo da retração não se deve ao preço e sim à ausência de consumidores.
A fabricante e distribuidora também precisou recorrer a medidas de contenção de gastos para se manter competitiva no mercado. A empresa está operando com apenas uma câmera fria ao invés de duas, demitiu funcionários ociosos e vem agrupando várias entregas em apenas um caminhão.
A Gelo Geol, que produz mais de 28 mil sacos de gelo por dia, recorreu a um reajuste nos preços do produto para cobrir as despesas e também adotou outras estratégias.
Segundo o administrador Alan Losa, a indústria está sendo automatizada para poder operar com menos funcionários. Já houve também redução de um turno de produção, em função da queda nos ganhos.
DCI
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