quarta-feira, 28 de outubro, 2015

Compras com smartphone devem crescer 15% em 2015

O mercado brasileiro de vendas a partir de dispositivos móveis deve crescer 15% em 2015, passando de R$ 3,5 bilhões, em 2014, para R$ 4,1 bilhões neste ano. A estimativa é da consultoria e-Bit, que semestralmente analista o movimento o comércio eletrônico no país a partir do convênio com mais de 21 mil lojas virtuais do país. As vendas por telefones celulares representam 10% do consumo eletrônico do país, que em 2014 ficou na casa dos R$ 35 bilhões. No primeiro semestre, foram vendidos R$ 1,6 bilhão a partir de dispositivos mobile, alta de 10% na comparação com igual período do ano passado.
Segundo o diretor-executivo da e-Bit, André Ricardo Dias, a estimativa é que a penetração do mobile consiga atingir um percentual mais próximo dos 15% nos últimos meses do ano, elevando assim a vendas em 2015. "A jornada do consumidor on-line certamente será impactada cada vez mais pelos dispositivos móveis, afinal os smartphones estão nas mãos dos consumidores em praticamente 100% do tempo", diz. A massificação do uso dos celulares está tornado este tipo de compra cada vez mais popular. Com 154 milhões celulares em uso no Brasil - número que já supera o de computadores e tablets -, mais de 37% dos acessos aos maiores sites de e-commerce já são originados por smatphones ou tablets.
Os dados mostram que comércio mobile tem tido mesmo poder de compra que e-commerce tradicional. Ainda de acordo com a E-Bit, o tíquete médio das compras a partir de dispositivos celulares no país no primeiro semestre foi de R$ 395, em linha com o tíquete médio do e-commerce tradicional, que foi de R$ 381 em igual período.
Analistas acreditam que os dispositivos mobile são hoje o caminho mais curto entre as lojas físicas e online e seus consumidores. De fato, dados da e-Bit mostram que 72% dos internautas acessam a internet várias vezes ao dia pelo seu smartphone.
E se engana quem acha que apenas as compras à distância são feitas pelos celulares. Os aparelhos estão cada dia mais sendo usados nas lojas físicas para pesquisa, comparação de preços e lojas. Dados mostram que 14% dos internautas compraram produtos por celulares dentro das lojas fixas.
Nos últimos seis meses, quatro entre dez internautas fizeram pelo menos uma compra de bem físico com um aplicativo móvel, de acordo com um outra pesquisa realizada recentemente pela Opinion Box em parceria com o portal Mobile Time. "Os usuários de smartphones são diferentes, mas estão ficando cada vez mais parecidos na forma de consumir", destaca Christian Reed, CEO do Opinion Box.
Os dados levantados pela empresa mostram que existe homogeneidade no consumo varejista eletrônico. Os internautas brasileiros têm comprado mais eletroeletrônicos, assessórios de moda, roupas, comidas e livros pelo celular. A praticidade de estar com telefone sempre a mão e a poucos cliques de um novo produto dão atratividade ao negócio. "Os varejistas tradicionais correm riscos competitivos caso não se atentem para este segmento", alerta Reed.
As empresas marketplaces largaram na frente. Quatro dos cinco principais aplicativos para vendas no país, segundo a pesquisa da Opinion Box - MercadoLivre, Aliexpress, OLX e iFood -, oferecem plataforma para que terceiros utilizem seus serviços. A única exceção é a Americanas.com, que aparece em quarto lugar.
Pedir comida por aplicativo móvel já é mais popular que chamar um táxi, reservar hotel ou comprar ingresso. O serviço mais utilizado, ainda de acordo com a Opinion Box, é o iFood, mencionado por 50% dos entrevistados na pesquisa. O mercado já nota um comportamento de migração do delivery tradicional para os aplicativos.
Os bancos também chamam atenção: 91% dos usuários de smartphones têm acesso a bancos e 64% usam aplicativo para fazer transações financeiras. "As pessoas estão perdendo o medo e criando o hábito de realizar transferências financeiras por aplicativo", aponta Reed. As dificuldades de locomoção nas grandes metrópoles, a falta de tempo acaba colaborando para essa nova cultura de consumo.
Para Rafael Jakubowski, especialista em e-commerce e sócio-diretor da Sanders Estratégia Digital, as empresas devem estar atentas à integração dos multicanais. "O consumidor não deve ter uma experiência distinta ao acessar a versão mobile do site de uma empresa, por exemplo", conclui.
A pesquisa da e-Bit ouviu 2.204 usuários de internet entre 2 e 12 de junho. Já a Opinion Box consultou 1.247 internautas entre 25 de agosto e 3 de setembro.
Valor Economico
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