Após um crescimento de 30% no Brasil em 2013, a companhia dinamarquesa Danfoss teve um início de ano lento e espera uma melhora do mercado após o evento da Copa do Mundo e as eleições. A Danfoss vende sistemas de refrigeração, compressores de ar condicionado e controles de energia e, na expectativa de Júlio Molinari, presidente da companhia para a América Latina, deverá elevar suas vendas em 10% no país neste ano.
"Normalmente, costuma-se ver um aumento dos negócios na véspera da Copa, e uma desaceleração em seguida. Aqui não houve esse aumento prévio, então esperamos que o crescimento venha em 2015", disse Molinari. Segundo o executivo, o primeiro trimestre foi "um pouco fraco" para a empresa, que costuma ter uma temporada de vendas mais forte no fim do ano.
Entre os principais clientes da fabricante no segmento de refrigeração estão indústrias e estabelecimentos comerciais do setor alimentício e companhias de diversas áreas. Entre os exemplos estão as câmaras frigoríficas para a obra da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, que armazenam até dois meses de estoques de alimentos para 11 mil funcionários.
No segmento de climatização e controles de gastos de energia, a empresa atende indústria, comércio e unidades corporativas. "Com a energia mais cara, muitas empresas começam a ver vantagens em investir nos sistemas de eficiência", afirma Júlio Molinari.
A Danfoss começou a vender seus produtos no Brasil em 1968 e atualmente o país é responsável atualmente por 42% das receitas da empresa na América Latina. A companhia não divulga seus números por região, mas informa que faturou 33,628 bilhões de coroas dinamarquesas (cerca de R$ 13,8 bilhões) em todo o mundo no ano passado.
Atualmente, a companhia possui duas fábricas locais, uma em Osasco (SP) - região metropolitana de São Paulo -, onde fabrica unidades condensadoras usadas em refrigeração comercial e industrial, e outra em Caxias do Sul (RS), onde produz válvulas hidráulicas, aplicadas em tratores e colheitadeiras.
Apesar de não planejar novas fábricas no Brasil, Molinari diz ver o país Brasil como um mercado de grande potencial de crescimento no longo prazo e que "gostaria muito" de adquirir empresas que atuem exatamente nos mesmos nichos da Danfoss.
"A nossa ideia é comprar o que está no DNA da empresa. Nos últimos anos, a empresa passou a se dedicar mais às duas principais áreas [refrigeração e energia] e vendeu negócios que não eram principais", afirma. Segundo ele, hoje o grupo já está com uma posição mais forte do que há cinco anos, o que permite pensar em aquisições para conquistar mercado no Brasil.
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