segunda-feira, 14 de abril, 2014

Munik eleva produção em 25% para atender terceirizados

Faltando apenas alguns dias para a Páscoa, o movimento na fábrica da Chocolates Munik, na zona Norte de São Paulo, é frenético. Tudo para dar conta do aumento de 25% na produção em função dos novos contratos de fabricação terceirizada, iniciados no final de 2013 pela empresa. Para atender aos pedidos, os mais de 200 funcionários se revezam em até três turnos por dia na unidade de cinco mil metros quadrados, localizada no bairro da Água Fria, e que já ficou pequena para a empresa.
Há mais de 40 anos no mercado, a Munik viu sua produção de chocolates para Páscoa saltar de apenas uma tonelada, obtida no início dos anos 70, para as mais de 750 toneladas estimadas para este ano. "Cerca de 30% do nosso faturamento vêm da Páscoa e outros 20% são registrados no Natal. Por isso, desde que sou pequena, nessa época, acabávamos virando noites para dar conta", relembra a diretora superintendente da Munik, Silvana Marconi.
Herdeira dos irmãos Romeu e Guilhermo Marconi, que começaram a confeccionar chocolates há mais de quatro décadas, a executiva hoje comanda uma nova guinada da companhia, que inclui justamente a terceirização de produção para outras empresas - como a Fini, a beauty'in!, (da empresária Cristiana Arcangeli), uma marca de chocolates kosher (que atendem aos princípios judaicos), além dos ovos da própria marca.
Com quase 44 anos de mercado, a história da companhia é calcada na inovação, iniciada com o desenvolvimento de um bombom de licor que não levava a tradicional massa de fondant (uma espécie de glacê, usado em doces e bolos), contendo apenas o líquido injetado dentro do chocolate. "No início da empreitada, os dois tiveram uma ajuda importante de uma amiga da família que tinha trabalhado por anos na Kopenhagen e lhes ensinou a mexer com o chocolate. Mas depois eles foram aperfeiçoando os produtos, como no caso do bombom", explica Silvana.
Mas foi nos anos 80 que a empresa conseguiu se consolidar, graças a uma segunda receita diferenciada, desta vez de pão de mel, que lhe rendeu fama no mercado chocolateiro.
"Inicialmente tínhamos um fornecedor local da massa do pão de mel, mas depois trouxemos uma receita da Ilha da Madeira, que acabou dando muito certo por aqui", conta. Nesta época, a empresa instalou sua sede na zona Norte da capital paulista e as pessoas iam até lá para experimentar a famosa receita da Munik, segundo ela.
Com os novos planos de expansão, a fábrica na Água Fria, porém, ficou pequena demais e a empresa já adquiriu um terreno próximo à Rodovia Fernão Dias, em Atibaia, com cerca de 65 mil metros quadrados para poder ampliar sua produção. O projeto de expansão da rede de lojas também está sendo revisto. Hoje, a Chocolates Munik conta com 30 lojas no estado de São Paulo, sendo 20 pontos de venda na capital e 10 nas cidades da Grande São Paulo e interior, como Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Guarulhos, Osasco, Atibaia, Campinas, Santos, Sorocaba e Ribeirão Preto. "Estamos em um processo de profissionalização da empresa, que é totalmente familiar. Tínhamos até uma proposta de franquia que está sendo revista", afirma Silvana. Hoje, das 30 lojas, oito são próprias e 22 são revendas licenciadas.
A filosofia da família tem pesado nessa decisão de expansão, no que os especialistas denominam "dores do crescimento". "Não queremos deixar de enxergar todo o processo, com crescimento descontrolado, perdendo a visão do negócio", explica a executiva. Entretanto, a possibilidade de crescimento com as terceirizações acabou quebrando um pouco essa convicção da empresa. "Em 10 anos dobramos de tamanho, mas não queremos perder o controle e a terceirização nos pareceu um caminho mais seguro."
A mudança da fábrica para Atibaia, ainda sem data definida, vai permitir à empresa chegar a, pelo menos, 50 lojas nós próximos três anos. "Também queremos elevar a terceirização, que funcionou muito bem nas linhas de produção", acrescenta a executiva, sem detalhar valores do investimento.
Hoje, sua linha de produtos inclui mais de 300 itens, além do tradicional pão de mel, bombons finos, chocolates diversos, bolos, pirulitos, sorvetes, panetones, ovos de Páscoa, doces como brigadeiro e camafeu e produtos personalizados, entre muitas outras opções.
Silvana explica que as mudanças estão sendo pensadas em conjunto pelo conselho de família e uma consultoria. "Há dois anos, começamos a contratar gestores profissionais, até porque não consigo mais estar presente na linha de produção como fazia antes", diz. Formada em química e direito, Silvana se preocupa com vários detalhes e diz que não vai descuidar de nada dentro desse processo de crescimento, para que não ocorra mais os problemas, como em 2008. "Fiquei distante do processo e não vou mais dar essa 'vacilada'. Por isso, calculamos bem todos os passos", afirma. O setor de chocolates estima que as vendas nesta Páscoa subam até 5%.
Diário Comércio Indústria e Serviços – 14/04/2014
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