Fabricantes de brinquedos apostam em expansão de 10%

SÃO PAULO - Apesar do cenário de incertezas e da previsão de um ano atípico, o mercado nacional de brinquedos está otimista e já projeta uma alta de no mínimo 10% na receita de 2014, de acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). Em 2013, o setor acumulou um faturamento de R$ 4,45 bilhões e, neste ano, ele pode chegar aos R$ 5,25 bilhões. Para aproveitar essa expansão, as empresas nacionais Verden Bikes e Ludiks já promovem mudanças nos seus processos produtivos e nos portfólios com o objetivo de ampliar o número de clientes. Por outro lado, a Grow e a Alegria Sem Bateria apostam em itens com a temática da Copa do Mundo.
"Temos um tripé que sustenta nossa estimativa de crescimento para este ano. Fazem parte deste grupo as crescentes compras do governo para equipar as escolas, o programa de substituição das importações e a perda de espaço das empresas chinesas devido ao encarecimento da mão de obra local", explica o presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa. O sócio-diretor da ba Stockler, Luis Henrique Stockler, também ressalta a preocupação dos pais em agradar e presentear os filhos como um forte impulsionador de vendas neste setor. "Dificilmente as famílias brasileiras abrem mão de presentear as crianças. Elas podem diminuir o tíquete, mas não deixam de comprar", afirma.
Outro fator que anima o setor é a queda de 2,9% contabilizada nas importações do ano passado, em valor, somando cerca de US$ 390 milhões. "Acreditamos que esse é o momento certo para nós aproveitarmos todas essas mudanças e substituirmos uma parte dessas importações por produtos produzidos no Brasil, por fabricantes nacionais", diz.
Atenta a essas oportunidades, a Verden Bikes projeta para 2014 um aumento de 30% nas vendas. Para atingir esse número, a marca de bicicletas adquiriu moldes de injeção plástica usadas para a produção de várias peças como o aro. "Utilizaremos esses moldes apenas na linha de Aro 16, na qual estão as bicicletas voltadas para as crianças de 4 a 6 anos. Isso nos trará grandes benefícios na área de custos, o que tornará os nossos preços finais mais agressivos", diz o gerente comercial da empresa, Everton Francatto. Segundo ele, essa mudança reduzirá entre 15% e 20% os custos da Verden Bikes. Os clientes também sentirão essa retração nos preços, segundo ele. "Nosso maior objetivo é brigar no mercado para conquistar novos clientes", acrescenta Francatto.
Atualmente, a empresa produz 4 mil bicicletas por mês e atende 400 pontos de vendas. O objetivo consiste em chegar a 500 ou 600. Outra paulista com vontade de atender novos clientes é a Ludiks. Com projeção de crescimento de 15% para este ano, a fabricante de brinquedos feitos de papelão, resolveu diversificar seu portfólio.
"O mercado de brinquedos é dividido em dois segmentos: convencional e educativo. Hoje nós já estamos no segundo, mas queremos chegar também ao convencional. Para isso ocorrer, é preciso diminuir o tamanho dos nossos produtos para encaixá-los no espaço de venda de uma loja tradicional", diz o diretor comercial da Ludiks, André Eidman.
A mudança aumentará o mix de produtos da marca, passando dos 15 atuais para 20, sendo que três dos atuais devem sair de linha e oito devem ser adicionados. "Entre os novos produtos pode surgir, por exemplo, o cavalo de pau", acrescenta Eidman.
Futebol
Enquanto Verden e Ludiks olham para novos espaços de comércio, a Grow e a Alegria Sem Bateria apostam na Copa do Mundo de Futebol. A Grow projeta uma alta de 10% na receita deste ano. Além disso, ela aposta na linha voltada para o evento esportivo com bonecos, quebra-cabeças e jogos. "Essa linha contribuirá para um primeiro semestre mais forte em comparação com os outros anos", diz o gerente de marketing da Grow, Gustavo Arruda. Já a Alegria Sem Bateria estima um crescimento de 7% na receita e traz ao mercado bonecos de pano intitulados de "Torcida da Alegria".