quarta-feira, 08 de janeiro, 2014

Anjo Tintas planeja fábrica para atuar em novo segmento

A fabricante catarinense Anjo Tintas planeja dobrar seu faturamento em dez anos. Concorrendo com gigantes mundiais como Basf, AkzoNobel e Sherwin-Williams (donas das marcas Suvinil, Coral e Metalatex), a tradicional indústria de tintas automotivas aposta no segmento imobiliário - no qual deve realizar um grande lançamento este ano.
Depois de investir em uma fábrica de resinas, o presidente da companhia, Filipe Colombo, revelou em primeira mão ao DCI que já estuda uma nova unidade produtiva para 2015, voltada para o segmento de proteção e embelezamento de superfícies industriais. Filipe assumiu a presidência da empresa em julho de 2013, sucedendo seu pai, Beto Colombo, com a missão de elevar em 122% o faturamento da empresa na próxima década. "Vamos entrar em novas linhas de produtos, que estão em estudo e deverão estar definidas no primeiro semestre de 2015", adianta o executivo.
"Queremos atender novos clientes. Algo mais voltado ao B2B [business-to-business, expressão em inglês para mercado corporativo], atender indústrias, no segmento de proteção e embelezamento de superfícies. Uma linha diferente da que temos hoje, para não conflitar com nossos clientes", diz o presidente.
O segmento inédito deve exigir uma nova fábrica. "O projeto é construir uma fábrica, mas enquanto ela não estiver pronta, vamos utilizar a capacidade ociosa atual", explica. A nova planta deverá começar a ser construída este ano, para produzir em 2015, com investimento estimado em cerca de R$ 16 milhões, montante que deverá ser financiado.
O investimento se somará a aporte de R$ 8 milhões em uma nova unidade de resinas, que deve começar a produzir em maio. "A fábrica de resinas vai nos dar competitividade e ganho em termos de desenvolvimento de produto, pois vamos poder adaptar o insumo à nossa necessidade", diz.
Localizada em Criciúma (SC), a nova planta, que começou a ser construída em agosto de 2013, deve suprir até 70% da demanda de resinas da indústria e reduzir custos de produção. A Anjo Tintas conta atualmente com quatro fábricas - três delas em Criciúma e uma em Morro da Fumaça - e três centros de distribuição, em Pernambuco, Goiás e São Paulo, empregando 320 pessoas.
No ano que se encerrou, a companhia calcula ter crescido 18% em faturamento, atingindo R$ 360 milhões, e 14% em volume. "Foi um ano fantástico", avalia Colombo. O segmento automotivo, carro chefe da empresa, representando 40% da receita, cresceu 5% em volume. Já as divisões industrial e de impressão cresceram 11% e 16%, respectivamente, em 2013. O imobiliário, aposta da companhia, com 20% do faturamento, avançou 37% em volume.
"Este ano decidimos focar nosso esforços em tinta imobiliária, segmento que representa cerca de 80% do mercado brasileiro. Mesmo sendo muito novos nessa área, na qual entramos há cinco anos, ela já representa 20% do nosso negócio e entendemos que é o principal mercado que vai subsidiar o crescimento que a empresa precisa para os próximos anos", diz.
Assim, Colombo projeta que o segmento deve chegar a representar até 40% do faturamento da empresa em dez anos. "A Anjo vem como uma nova opção no segmento premium, competindo com Suvinil, Coral e Sherwin-Williams", explica.
Para ampliar seu espaço no mercado de construção civil em 2014, a empresa planeja lançar um produto inédito. "Já aprovado em laboratório, está sob testes em campo. É um produto que vai revolucionar o mercado. Não existe no mundo e vai ser patenteado pela Anjo", conta Colombo. O lançamento deverá se feito durante a Feicon Batimat, feira que ocorre de 18 a 22 de março, no Anhembi, em São Paulo. Neste ano, a Anjo Tintas espera atingir faturamento de R$ 409 milhões, alta de 13%.
Perspectivas
A previsão da fabricante está bem acima das projeções do setor. Apesar de um 2013 abaixo da expectativa, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati) acredita em boas perspectivas para 2014. "Temos uma confiança grande a respeito do futuro do setor, com os incentivos públicos ao segmento de habitação, o avanço dos projetos de infraestrutura e os investimentos em novas fábricas pela indústria automotiva", diz o presidente executivo da Abrafati, Dilson Ferreira.
Também a Copa do Mundo e as eleições devem incentivar o consumo de tintas, acredita o executivo, que espera um desempenho melhor para o setor no ano, do que o registrado em 2013. "O governo está mais otimista com relação à capacidade de crescimento no ano. Se o PIB crescer entre 3% e 3,5%, nós cresceremos entre 3,5% e 4,5% em volume", prevê.
No ano passado, embora o resultado não esteja fechado, Ferreira estima crescimento entre 2% e 2,5% em volume. "Ficamos decepcionados. Tivemos um primeiro semestre fraco, recuperamos no segundo e devemos fechar o ano com crescimento parecido com o PIB", diz. O faturamento em reais em 2013 deve crescer cerca de 10%, reflexo de repasse da alta do custo das matérias primas, dolarizadas.
Diário Comércio Indústria e Serviços – 07/01/2014
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