segunda-feira, 29 de julho, 2013

Vendas de smartphones high end, os mais caros, decolam no 2° trimestre

Além de manter boa parte de seu foco no segmento empresarial, a BlackBerry enxerga no varejo uma outra via de crescimento no mercado brasileiro, mais especificamente com o modelo Z10, disponível no país desde maio. A estratégia da companhia, no entanto, será voltada a um perfil muito específico de usuário: os consumidores que buscam aparelhos mais sofisticados, segmento também conhecido no setor como o de dispositivos high-end, que apresenta oportunidades mais atrativas de margens de lucro. Entre os fabricantes que investem nesse filão no país estão a Apple, a Samsung e a LG Electronics.
Segundo dados da consultoria IDC, o mercado high-end representou 16% das vendas totais de smartphones no mercado brasileiro no primeiro trimestre, ante uma participação de 18% no último trimestre de 2012. Em termos de volume, porém, a categoria registrou vendas de 860 mil unidades entre janeiro e março, contra 840 mil unidades no fim do ano passado. A consultoria classifica nesse segmento os dispositivos com preço no varejo a partir de R$ 1.299. Com acordos estabelecidos com as quatro grandes operadoras atuantes no Brasil, o Z10, da BlackBerry, começou a ser comercializado com preços a partir de R$ 2.499. “O Z10 acaba entrando no topo dos modelos high end, acima de R$ 2 mil, cujos dispositivos responderam por 2% das vendas de modelos mais sofisticados no primeiro trimestre”, afirma Leonardo Munin — analista de mercado da IDC Brasil. Munin destaca que essa faixa específica de aparelhos vem apresentando um crescimento surpreendente no mercado brasileiro nesse ano, tendência que ganhou ainda mais força no segundo trimestre. A IDC ainda não consolidou os númeres de vendas referentes ao intervalo de abril a junho no país. No entanto, o analista ressalta que o cenário no topo do high end repete o mesmo panorama observado em outras categorias, inclusive no mercado global, com amplo domínio de Apple e Samsung, apesar do avanço conquistado pela sul-coreana LG nos últimos meses. “Vejo a BlackBerry muito focada no nicho corporativo, mas é difícil dizer se a empresa terá força para retomar sua força no plano dos consumidores”, observa Munin.
À parte dos desafios que a BlackBerry deverá enfrentar, a competição no mercado de smartphones brasileiro é mais acirrada no plano dos dispositivos com preços até R$ 700. Essa faixa concentrou 61% das vendas no primeiro trimestre, de acordo com a IDC. Nessa categoria, Munin destaca o investimento de diversos fabricantes para ampliar seu portfólio de produtos, além da entrada de novos competidores, como as nacionais Multilaser, Gradiente e CCE, essa última com o reforço da aquisição da chinesa Lenovo. Sob esse cenário, a IDC projeta que o Brasil vai se alinhar à tendência global, na qual os smartphones devem superar a base de celulares comuns — os chamados feature phones — até o fim de 2013. No primeiro trimestre, a consultoria divulgou a projeção de que o país fecharia o ano com os smartphones representando 45% das vendas totais. “Com os números do segundo trimestre, vamos ter que revisar essas previsões, especialmente com a maior oferta de aparelhos mais acessíveis, que começa a esmagar o mercado de feature phones”, diz Munin.
Em 2012, as vendas de smartphones cresceram 78%no mercado brasileiro, somando 16 milhões de unidades, ante 43,5 milhões de feature phones.
Brasil Econômico - 25/07/2013
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