sexta-feira, 07 de junho, 2013

Hyundai e Toyota lideram crescimento

Marcas que se lançaram ao segmento de carros compactos, o maior do país, Hyundai e Toyota são as montadoras que mais aproveitam a pujança do mercado automobilístico brasileiro neste ano. Num período no qual a indústria evolui a um ritmo de quase 9%, chegando a 1,4 milhão de carros emplacados entre janeiro e maio, as duas fabricantes de origem asiática conseguem dobrar as vendas no país (veja gráfico ao lado).
O ponto em comum entre elas é que ambas entraram praticamente na mesma época no mercado mais popular do Brasil com a produção de modelos compactos no interior paulista. Primeiro, em agosto do ano passado, a Toyota inaugurou em Sorocaba a fábrica do Etios, modelo que hoje responde por 37% das vendas da marca. Um mês depois, a Hyundai começou a fabricar em Piracicaba o HB20 - já o quarto carro mais vendido do país.

Nas duas marcas, a estratégia significou ampliar o leque, antes mais voltado ao atendimento de um público mais endinheirado, para capturar a ascensão da classe média e a inflexão do consumo em direção a veículos mais equipados.
Também nos dois casos, o resultado foi um salto nas vendas. Milad Kalume Neto, especialista da consultoria Jato Dynamics, diz que, desde que lançou o HB20, há sete meses, os volumes da Hyundai cresceram 99,2%. Já a Toyota teve crescimento de 51,9% com o Etios.
"São valores, sem dúvida, representativos e que mostram o gosto dos brasileiros por lançamentos", afirma o analista. "O lançamento de veículos de entrada, em um novo segmento de carros de entrada do tipo premium, é a aposta das duas marcas, que já possuem imagem proveniente de mercados premium", acrescenta Kalume Neto.
A Hyundai, que no ano passado perdeu mercado com a sobretaxação a carros importados, atingiu novo patamar com o HB20. Em 2013, a montadora coreana dobrou para 6% sua participação no mercado, ocupando a quinta colocação entre as maiores marcas. Os números incluem os veículos importados ou produzidos pela parceira Caoa em Goiás. A fábrica de Piracicaba usa toda a capacidade instalada desde a inauguração oficial, em novembro, e um terceiro turno de trabalho terá que ser iniciado em setembro.
A Toyota, por sua vez, ainda não está utilizando toda a capacidade da fábrica de Sorocaba, de 70 mil carros por ano. Mas o volume adicionado pelo Etios permitiu compensar uma leve contração nas vendas do sedã Corolla e colocou a montadora na sétima posição no ranking das marcas. A montadora japonesa, que terminou 2012 com pouco mais de 3% do mercado de automóveis e comerciais leves, elevou essa fatia para 4,7%.
A chegada de novos grupos para disputar segmentos populares do mercado automotivo começa a produzir uma nova distribuição das vendas de carros no país, cujo resultado mais perceptível é a menor concentração nas quatro montadoras mais tradicionais. Dez anos atrás, Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford respondiam, juntas, por mais de 83% das vendas - ou seja, apenas um em cada cinco carros vendidos no Brasil não era de alguma dessas marcas. Mas essa participação caiu para 70,8% em 2012 e está em 68,4%, neste ano.
O que mudou foi que o Brasil, com sua crescente demanda por motorização, se tornou alvo de montadoras internacionais na busca por mercados menos contaminados pelas crises na Europa e nos Estados Unidos. Na última década, mais do que triplicou o número de marcas que disputam vendas de veículos no mercado automotivo brasileiro, que se tornou o quarto maior do mundo. No mesmo período, a quantidade de modelos ofertados cresceu em mais de cinco vezes.
A mudança no ambiente competitivo tem impacto nos números das grandes marcas. Das quatro montadoras do pelotão de frente da indústria, apenas a Fiat, com alta de 10,4%, cresce mais do que a média do mercado. A Volkswagen é a que tem desempenho mais tímido nesse grupo: a alta nos emplacamentos foi de 1,6% nos cinco primeiros meses do ano.
Mas mesmo com a expansão de consumo que vem renovando o recorde nas vendas de carros, nem todas as montadoras conseguem melhorar seus números. As chinesas JAC Motors e a Chery, mais a coreana Kia, perderam espaço com as restrições do governo a carros importados.
A Renault e a Nissan - que, junto com a Honda, foram as que mais cresceram no ano passado - está, em 2013, entre as marcas que perdem vendas. A queda da Renault se justifica pela parada de dois meses para os trabalhos de ampliação na fábrica da empresa no Paraná. Já a Nissan foi afetada por cotas de importação do México, de onde traz cerca de 70% dos carros que vende no mercado brasileiro.
A Peugeot já tinha perdido espaço no ano passado e segue em queda neste ano. Até maio, os emplacamentos da marca cederam 13,9%, comparativamente a igual período de 2012. A montadora francesa justifica o resultado à parada, em fevereiro, na produção da fábrica na província de Buenos Aires, onde é fabricado o 308, um dos modelos mais vendidos no Brasil pela companhia.
Valor Econômico - 06/06/2013
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