terça-feira, 07 de maio, 2013

Fiat amplia para R$ 15 bilhões plano de investimentos no Brasil até 2016

O presidente mundial do grupo Fiat/Chrysler, Sergio Marchionne, e o presidente da subsidiária brasileira, Cledorvino Belini, anunciaram ontem à presidente Dilma Rousseff mais R$ 9 bilhões em investimentos no País. Somado ao aporte que já vinha sendo aplicado pelo grupo, o valor total sobe para R$ 15 bilhões no período 2013 a 2016.
Parte do dinheiro virá de recursos gerados pela Fiat local - o Brasil é o maior mercado da marca, à frente inclusive da Itália - e parte de linhas de crédito de instituições de fomento, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Será aplicado em projetos de todas as fábricas do grupo no País: a Fiat Automóveis, a Iveco (caminhões), a CNH (máquinas agrícolas), a Magneti Marelli e a Teksid (autopeças e serviços) e a unidade de motores.

Após audiência com Dilma, que durou 1h15, Marchionne e Belini deixaram o Palácio do Planalto sem falar com a imprensa. O executivo global chegou ao País no sábado, participou de reuniões internas e ontem mesmo viajou para a Argentina, onde participa hoje da inauguração de uma fábrica da CNH.
Empregos.A empresa não deu detalhes do plano. Em nota, informou que o investimento será destinado a projetos de inovação, desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, melhoria de processos logísticos e de manufatura, expansão da capacidade produtiva e construção de novas fábricas e linhas de produção.
Segundo a assessoria da Fiat, os investimentos vão criar 7,7 mil novos empregos diretos, além de 12 mil indiretos, "principalmente de empresas fornecedoras que vão expandir suas capacidades de produção para atender à demanda do grupo".
Atualmente, a Fiat emprega cerca de 50 mil trabalhadores no País, dos quais 19,2 mil na fábrica de carros em Betim (MG), que terá sua capacidade ampliada de 800 mil para 950 mil carros/ano.
Um dos automóveis a ser fabricado em Betim, e que deve consumir parte do novo investimento, é o compacto que substituirá o Mille. O modelo deixará de ser fabricado no fim do ano.
A Fiat também está construindo uma nova unidade de automóveis em Goiana (PE), com inauguração prevista para o fim de 2014. Terá capacidade para 250 mil veículos ao ano e vai gerar 4,5 mil empregos diretos.
O grupo já tinha anunciado um plano de R$ 10 bilhões para o período 2011-2014, destinado especialmente às duas unidades de automóveis. Desse montante, R$ 4 bilhões já foram gastos. Os R$ 6 bilhões restantes se somam ao novo projeto, estendido até 2016.
A Fiat é líder de vendas no mercado brasileiro. De janeiro a abril vendeu 248.440 veículos, garantindo uma participação de 22,5% no segmento de automóveis e comerciais leves.
Novas fábricas. A indústria automobilística brasileira como um todo tem programado investimentos de R$ 60 bilhões (incluindo as empresas de autopeças) para o período 2013-2017. Boa parte será gasta em produtos e novas tecnologias para atender as exigências do Inovar-Auto, programa lançado pelo governo federal em 2012 para ser cumprido em cinco anos.
Algumas das exigências são a redução das emissões de poluentes dos novos carros e nacionalização de componentes.
Uma leva de novas fabricantes estuda instalar fábricas no País. A BMW anunciou uma unidade em Santa Catarina, projeto orçado em 200 milhões.
A Mercedes-Benz tem planos de voltar a produzir carros no País e negocia áreas para a fábrica com os Estados de Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. A Audi também estuda uma fábrica local, assim como a Land Rover.
A General Motors, que já tem três fábricas de automóveis, negocia um projeto de R$ 2,5 bilhões para a unidade de São José dos Campos (SP), mas negocia benefícios com a prefeitura local e o governo do Estado, além de garantias de flexibilização de relação do trabalho com o Sindicato dos Metalúrgicos.
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