sexta-feira, 12 de abril, 2013

Petronas faz planos para lubrificantes e exploração

A petrolífera Petronas, da Malásia, tem planos ambiciosos de crescimento para o Brasil até 2017, quando pretende estar entre as cinco maiores distribuidoras de lubrificantes do país. Ao Valor, Guilherme de Paula, presidente do grupo para América Latina, disse que a petroleira vai investir R$ 300 milhões na região, dos quais R$ 160 milhões no Brasil. A companhia também estuda participar da 11ª rodada de licitações de blocos exploratórios, previstas para acontecer nos dias 14 e 15 de maio, promovida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O grupo estatal malaio já foi habilitado pela agência a participar como operadora.
"Temos um plano claro de investimentos para expandir em lubrificantes até 2017", disse o executivo. A companhia também negocia comprar uma fatia da OGX, empresa de petróleo do empresário Eike Batista. Sobre esse assunto, contudo, o executivo evitou fazer comentários. Guilherme de Paula disse que o grupo tem interesse de participar da rodada da ANP para disputar concessão de blocos tanto sozinha quanto em consórcio com outras companhias do setor. "Estamos analisando a documentação e teremos uma definição até o fim do mês", afirmou.
A Petronas ocupa a sexta posição no mercado de lubrificantes do país, com participação de 8,6%, atrás das gigantes BR Distribuidora (Petrobras), Ipiranga (Ultra), Cosan, Shell e Chevron, de acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom) de 2012. A comercialização de óleos lubrificantes totalizou 1,382 bilhão de litros, segundo dados da ANP. As empresas associadas ao Sindicom negociaram 1,2 bilhão de litros no período. O mercado de lubrificantes movimenta cerca de R$ 15 bilhões por ano, de acordo com especialistas do setor. "Em fevereiro, chegamos a 10,6% de participação no mercado", disse o executivo.

Quinta maior companhia global de óleo e gás, a Petronas, controlad a pelo governo da Malásia, faturou US$ 100 bilhões em 2012. Os negócios globais de lubrificantes tiveram receita de US$ 4,5 bilhões. O Brasil já representa uma gorda fatia desse negócio - 14%. O faturamento dessa divisão no país encerrou em US$ 650 milhões. "Estimamos crescer 12% neste ano e planejamos dobrar nosso faturamento até 2017", disse.
No Brasil, o plano de expansão incluirá parcerias para vender os produtos do grupo em diversos canais de distribuição, como postos de combustíveis, redes de lojas, autopeças e concessionárias. "Não temos canal próprio de distribuição no país, ao contrário de boa parte das gigantes desse setor, como BR, Ipiranga e Shell ", disse. "Consideramos fazer parcerias com redes de postos independentes", afirmou. O Brasil tem cerca de 36 mil postos de combustíveis, dos quais metade não está ligado a redes. A Chevron, por exemplo, tem acordo de distribuição com a AleSat. A Petronas também quer avançar no segmento industrial.
Com a marca Selenia - cuja aquisição foi a porta de entrada no Brasil - como carro-chefe, a Petronas também já tem um acordo com a Fiat, o que garante que os carros já saiam da montadora com seu produto. "Vamos investir em mídia para consolidar nossa marca", disse.
Com uma unidade produtiva em Contagem (MG), essa fábrica, que recebeu investimentos recentes, tem capacidade de 220 milhões de litros por ano, e exporta para 15 países. O volume de produção atual é de 140 milhões de litros/ano. Em 2014, a empresa vai analisar novo programa de expansão para 2017. "Vamos expandir na América Latina por meio de aquisições e de forma orgânica. Estamos olhando negócios em três países. No Brasil, não descartamos novas aquisições."
O mercado de lubrificantes, embora tenha registrado crescimento anual tímido nos últimos anos, tem sido cobiçado por grandes companhias. As multinacionais japonesas Nippon Oil e Idemitsu chegaram no país de forma discreta, mas planejam avançar, segundo fontes do setor.
O grupo Cosan, que detém a marca Mobil quando adquiriu os ativos da Esso no Brasil, registrou crescimento expressivo nesse segmento nos últimos anos. Com a joint venture com a Shell para a formação da Raízen, os negócios de lubrificantes da companhia ficaram de fora. No ano passado, a Cosan comprou ativos de lubrificantes na América do Sul e na Inglaterra, a Comma, que abriu as portas na Europa e na Ásia.
Segundo Alísio Vaz, presidente do Sindicom, a entidade tem um trabalho estreito com a ANP para fiscalizar qualidade do produto no país. "Muitos produtos comercializados no país ainda não atendem às especificações, pela baixa qualidade."
Valor Econômico
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