sexta-feira, 05 de abril, 2013

Klabin vai instalar máquina de cartões em Ortigueira

A Klabin vai instalar no município paranaense de Ortigueira uma nova máquina de papel-cartão. O local é o mesmo escolhido pela empresa para montar sua nova unidade de fabricação de celulose, projeto que está orçado em R$ 6,8 bilhões e deve ser oficializado em breve pela empresa.
A nova linha de papel-cartão terá capacidade para fazer até 400 mil toneladas/ano do produto, usado na fabricação de embalagens, e poderá entrar em operação antes do prazo originalmente previsto, conforme apurou o Valor. Em valores de mercado atuais, de acordo com especialistas do setor, uma máquina desse porte não sai por menos de US$ 750 milhões a US$ 800 milhões.
O diretor-geral da Klabin, Fábio Schvartsman, confirmou a escolha do local, porém não estabeleceu data nem mencionou valores para o empreendimento. "[A máquina] entrará em operação necessariamente depois da fábrica de celulose e no menor tempo possível", disse. Os planos da companhia, que já havia declarado a intenção de investir em cartões, previam o início da produção adicional um ano após a inauguração da unidade de celulose, que fornecerá a matéria-prima. E esse projeto deve entrar em operação no primeiro semestre de 2015.
Contudo, segundo uma fonte da indústria, o cronograma da máquina de cartões poderá ser antecipado, uma vez que a demanda pelo papel da Klabin já supera a capacidade de produção. A expansão deve atender, principalmente, ao consumo crescente de embalagens longa vida - a companhia é importante fornecedora da gigante Tetra Pak.
Em 2012, a Klabin vendeu 670 mil toneladas de cartões revestidos, 3% acima do volume comercializado um ano antes. Ao mesmo tempo, a expedição brasileira de papel-cartão, excluindo cartões para líquidos - um dos fortes da empresa -, atingiu 531 mil toneladas, alta de 2,6%, segundo dados da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa).
Embora já esteja certo que a linha será instalada em Ortigueira, ainda não há definição sobre a "titularidade" do investimento: se ficará sob o guarda-chuva da Klabin S.A. ou da Klacel, nome interno dado à empresa que será constituída para executar o empreendimento de celulose.
Nessa nova empresa, a Klabin será controladora e vai aportar florestas, enquanto investidores estratégicos entrarão com os recursos financeiros para o projeto industrial. A definição da pessoa jurídica que assumirá a máquina de cartões depende justamente do modelo de financiamento acordado para a Klacel.
Até agora, segundo fontes próximas à indústria, a Klabin não completou o conjunto de investidores que financiarão o projeto e uma das alternativas em estudo é a de que os próprios acionistas da companhia também façam aportes. A expectativa, conforme as fontes, é a de que o projeto de construção da nova fábrica de celulose seja submetido à aprovação do conselho de administração em abril ou maio. Schvartsman evitou fazer declaração sobre a decisão a ser tomada pelos acionistas
O último grande investimento da Klabin no segmento de papel-cartão foi feito em 2007, em uma máquina com capacidade para 350 mil toneladas ano em Telêmaco Borba, também no Paraná - com ajustes, a produção pode chegar a 400 mil toneladas ao ano. A chamada máquina 9 pode produzir cartões usados em embalagens de alimentos e de higiene e limpeza (Folding Box Board), para cervejas, refrigerantes e iogurtes (Carrier Board) e longa vida para alimentos líquidos e pastosos (Liquid Packaging Board).
À época, o desembolso total foi de R$ 2,2 bilhões, valor que embute também os gastos com uma linha de produção de fibra de eucalipto pelo processo CTMP, uma nova caldeira de biomassa, entre outras melhorias. A partir do investimento, a fábrica da Klabin em Telêmaco Borba entrou para o grupo das dez maiores unidades de papel do mundo, com capacidade para 1,1 milhão de toneladas por ano.
Valor Econômico
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