quinta-feira, 18 de abril, 2013

Dunlop volta ao mercado de pneus e busca fatia de 10%

A fabricante de pneus Dunlop, do grupo japonês Sumitomo Rubber Industries, quer ao menos 10% de participação de mercado no Brasil com a instalação de uma nova fábrica em solo nacional. A Dunlop já comercializou produtos no País e agora voltou a importar pneus até a nova planta começar a escoar a sua produção em meados de outubro de 2013. A meta é atingir uma produção média de 2 mil pneus por dia no primeiro ano cheio de operação da fábrica e ampliar para 15 mil unidades diárias até 2015, acirrando a competição no mercado de pneus com concorrentes de peso como Pirelli e Michelin.
"A planta está quase pronta e, ainda neste ano, iniciaremos a produção", afirma o gerente de marketing e vendas da Dunlop, Renato Baroli. O investimento na unidade localizada na cidade de Fazenda Rio Grande, no Paraná, - a primeira da marca fora do continente asiático - é de R$ 560 milhões e o número de contratações será de 1,5 mil funcionários.
A produção da fábrica será destinada tanto para o mercado doméstico quanto para toda a América do Sul. A marca irá direcionar seus produtos basicamente para veículos de passeio, utilitários esportivos (SUVs, na sigla em inglês) e pesados, em alguns anos.
A marca Dunlop leva o nome do inventor do pneumático, John Bayd Dunlop. No Brasil, a companhia pretende usar do seu prestígio global para atuar nos mercados de reposição - o chamado aftermarket - e o original (montadoras). "Nesse tipo de negócio, precisamos estar também no mercado original. Devemos entrar nesse segmento no médio prazo", afirma Baroli.
O mercado brasileiro de pneus vive um momento de transição, uma vez que os números de produção têm oscilado nos últimos anos, de acordo com a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP). Em 2012, esse volume atingiu 62,6 milhões de unidades no País, queda de 6,4% ante a produção de 66,9 milhões registrada um ano antes.
"Parte da queda se deve à retração da fabricação de veículos no País. Porém, o principal fator para a menor produção foi a continuidade do crescimento da importação de pneus, que já responde por 40% do consumo no Brasil", diz o presidente da ANIP, Alberto Mayer. Ele acrescenta que somente a produção dos pneus destinados aos tratores agrícolas registrou crescimento, de 1,6% em relação a 2011, acompanhando o bom momento do setor agrícola.
Os números da ANIP mostram ainda que a comercialização de pneus no Brasil, que é resultado da produção mais a importação pelos associados da entidade, atingiu 67,9 milhões de unidades no ano passado ante os 72,9 milhões de pneus consumidos no mercado interno em 2011. O volume de exportações também caiu de 17,4 milhões de unidades, em 2011, para 13,2 milhões de pneus no ano passado. "Quase todas as categorias apresentaram declínio das suas exportações no ano de 2012", afirma Mayer, destacando a forte queda das exportações de pneus para bicicletas, de 77% no ano passado em relação a 2011.
No entanto, a balança comercial do setor foi favorecida pelo maior valor das exportações. As importações de pneus totalizaram a cifra de US$ 1,5 bilhão, queda de 7% em relação ao registrado em 2011. Já as vendas externas somaram US$ 1,4 bilhão, totalizando um saldo negativo de US$ 70 milhões na balança comercial do setor. A cifra representa uma redução de 35% do déficit em relação a 2011. "Esse ganho obtido no período significa que o Brasil exportou produtos de maior valor unitário em 2012, entre eles pneus de carga e para equipamentos fora de estrada", comenta Mayer.
Planos da Dunlop
A companhia também trará para o Brasil a marca Falken, de pneus premium para nichos específicos como o de grandes caminhonetes, por exemplo, tipo de veículo amplamente comercializado nos Estados Unidos. "Esse é um dos motivos pelos quais a Falken é bastante reconhecida na América do Norte. Vamos trazer essa qualidade também para o Brasil", explica Baroli.
O executivo afirma que nem toda a produção local atenderá aos nichos. Do total de pneus comercializados pela marca no País, cerca de 80% devem ser fabricados em solo nacional e os outros 20% importados de outras unidades ao redor do mundo. "Alguns segmentos são muito específicos e, para tanto, nos utilizaremos da importação", afirma. E para consolidar ainda mais a marca Dunlop no País, a companhia deve inaugurar 50 lojas-conceito até o final de 2013.
O executivo destaca ainda que os chamados pneus verdes - que diminuem o consumo de combustível em razão da sua composição, com redução do atrito na rodagem - estão no radar da empresa. "Trata-se de uma tendência no mundo todo e que também estaremos atentos à demanda, no Brasil", completa Baroli.
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