sexta-feira, 05 de abril, 2013

Custo em alta derruba lucro da Fiat

Apesar do crescimento das vendas que levou a marca a novo recorde no Brasil, pressões inflacionárias sobre a estrutura de custos e a maior competição no mercado - com efeitos sobre os preços praticados - derrubaram os ganhos da Fiat no país em 2012.
O balanço da Fiat Automóveis publicado ontem mostra que o lucro da montadora caiu 17,6% no ano passado, para R$ 1,2 bilhão. A receita líquida subiu 11,4%, chegando a R$ 23,9 bilhões, mas esse desempenho foi neutralizado pelo aumento nos custos e despesas operacionais.
Só o custo de produção teve um aumento de 17%, para R$ 19,8 bilhões, enquanto as despesas operacionais subiram 3,2%, totalizando R$ 2,4 bilhões no exercício. Embora as despesas com vendas tenham recuado 1,5%, as despesas gerais e administrativas subiram 8,1%. Foram registrados nas demonstrações financeiras impactos negativos de maiores despesas com materiais e taxas de exportação. Com isso, o lucro antes do resultado financeiro - um indicador do desempenho operacional - caiu 20,4%, para R$ 1,8 bilhão.
A Fiat afirmou que o resultado foi prejudicado pelo aumento da competição no mercado doméstico, junto com a pressão inflacionária sobre os custos.
Em volume de vendas, a empresa teve seu melhor desempenho em 36 anos de história no país. Os emplacamentos da marca subiram 11,1% sobre 2011, totalizando 838,2 mil automóveis e comerciais leves. Foi uma expansão de 10,2% em relação ao recorde anterior, estabelecido em 2010, quando 760,5 mil unidades foram vendidas. Pelo décimo primeiro ano, a Fiat manteve a liderança no mercado brasileiro, com 23,1% de participação nas vendas totais. Suas exportações, contudo, caíram 5,5%, para R$ 2,3 bilhões no ano passado.
O balanço, além das operações da montadora no Brasil, incluem as demonstrações financeiras da filial da Fiat na Argentina, da FPT - braço do grupo na área de motores - e da TCA, a divisão de componentes automotivos.
Em relatório, a administração da empresa destaca que 2012 foi marcado por um cenário de desaceleração econômica no Brasil e na China, pela recessão europeia e por uma lenta recuperação nos Estados Unidos. Mesmo assim, a montadora lembra que o mercado de carros apresentou um desempenho superior à média da economia, registrando um crescimento de 6,1% nos emplacamentos no ano passado.
Apesar do cenário externo desfavorável, a empresa avalia que as perspectivas para a economia brasileira são promissoras em 2013, de forma que o grupo mantém seu programa de investimentos no país. No ano passado, a subsidiária brasileira da Fiat investiu R$ 1 bilhão, em recursos direcionados, principalmente, à ampliação na capacidade produtiva da fábrica em Betim (MG) - de 800 mil para 950 mil carros por ano até 2014 - e ao início das obras do novo complexo industrial da empresa em Goiana (PE).
Valor Econômico
Produtos relacionados
Ver esta noticia em: english
Outras noticias
DATAMARK LTDA. © Copyright 1998-2024 ®All rights reserved.Av. Brig. Faria Lima,1993 3º andar 01452-001 São Paulo/SP