quinta-feira, 28 de março, 2013

MWV Rigesa reforça atuação no Brasil

Segunda maior fabricante de embalagens de papelão ondulado do país, a MWV Rigesa reforçou suas apostas no mercado brasileiro. A empresa, do grupo americano MeadWestvaco Corporation, inaugurou há pouco mais de um ano sua quinta fábrica de embalagens, investiu quase R$ 1 bilhão para recuperar a autossuficiência em papéis e já estuda novos projetos. "O foco está nos países emergentes", afirma o vice-presidente do negócio de papelão ondulado da MWV Rigesa, Paulo Iserhard.
A movimentação na indústria brasileira de papelão ondulado foi grande nos últimos 12 meses. Além dos investimentos executados pela empresa, a Klabin, maior produtora brasileira de embalagens de papelão ondulado, anunciou projetos de expansão em papéis para embalagens e a International Paper (IP), líder mundial, acaba de chegar a esse mercado no país, com investimento de R$ 950 milhões em uma joint venture com o Grupo Orsa.
A baixa demanda per capita relativamente aos países desenvolvidos - o que indica que há importante potencial de expansão - e a maior procura por bens de consumo, sobretudo com o rápido crescimento da classe média brasileira, prometem impulsionar os negócios do setor nos próximos anos, na avaliação de Iserhard. A MWV Rigesa projeta crescimento de 3,5% ao ano para o mercado nacional de papelão ondulado no médio prazo, com aceleração frente ao ritmo verificado nos dois últimos anos.
Para acompanhar esse ritmo, a MWV Rigesa, que emprega 3 mil pessoas no país, acaba de pôr em operação um projeto de expansão de quase R$ 1 bilhão em Três Barras (SC), que devolveu à empresa a autossuficiência em papéis para embalagens. "A expansão está em curva de aprendizado e ainda há necessidade de equipamentos adicionais para que chegue à plena capacidade", diz, acrescentando que o projeto duplica a capacidade de produção de papéis.
Sem revelar outros números, Iserhard disse que a representatividade do Brasil nos negócios globais da MeadWestvaco tende a crescer a partir do investimento em Três Barras. Hoje, de 12% a 13% das receitas do grupo vêm do país. No ano passado, as vendas totais da corporação somaram US$ 5,46 bilhões. "Entre os emergentes, China e Brasil são o destaque. Na Índia, a operação tem menor escala".
Para 2011, a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) prevê expansão de 3,5% nas expedições de caixas, acessórios e chapas, em linha com a estimativa da MWV Rigesa. No ano passado, as vendas do setor cresceram 2,79%, para 3,3 milhões de toneladas. Em metros quadrados, a alta foi de 1,24%, para 6,3 milhões. "Para 2013, nossa projeção para o mercado coincide com a da ABPO. Mas não há necessariamente um alinhamento dos números para os próximos anos", afirma.
Na avaliação do executivo, as expedições desse tipo de embalagem podem mostrar evolução superior à do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos anos. "Sobre a correlação, o PIB mudou e houve descolamento do papelão ondulado", diz o executivo. "A nova classe média mudou o perfil de consumo, que se estabilizou em nível mais elevado, mas vai voltar a crescer."
Esse comportamento influencia diretamente o desempenho dos produtores de embalagens desse tipo de papel, cujo principal cliente é o varejo alimentar. Mais representativa entre os segmentos que usam o papelão ondulado, a indústria de alimentos tende a crescer, na esteira do maior poder aquisitivo do brasileiro, ressaltou o executivo. O segmento de cosméticos também tem se destacado em termos de ritmo de expansão, mas suas encomendas ainda não são significativas para os fabricantes de embalagens.
Além do investimento em Santa Catarina, a MWV Rigesa inaugurou oficialmente há cerca de um ano uma nova fábrica de embalagens em Araçatuba (SP). "Haverá outros projetos, mas ainda estão em estudo", diz Iserhard. O executivo vê com bons olhos, em princípio, a chegada da IP ao mercado nacional de embalagens, por meio de uma joint venture com a brasileira Jari. "Trata-se de um grande 'player', o que confirma a visão de que o mercado brasileiro tem potencial", avalia o executivo.
Valor Econômico
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