quinta-feira, 28 de março, 2013

Farmacêuticas buscam inovar em parceria com comunidade

Intrinsecamente dependentes da inovação, alguns laboratórios farmacêuticos têm buscado, na ampliação de seu laços com diversos setores da sociedade civil, a base para aumentar suas chances de ter acesso ao que há de mais novo em tecnologia de ponta a ser aplicado às indústrias.
No caso da Janssen — braço farmacêutico da Johnson & Johnson — um dos principais passos neste sentido foi dado no ano passado, com a criação de uma incubadora de empresas dentro da unidade da companhia em San Diego, na costa oeste americana.
Ainda em processo de consolidação, o programa oferece espaço para que 22 empreendedores utilizem a estrutura do laboratório para desenvolver suas pesquisas. Essa prática, comum no Brasil dentro das grandes universidades, dá suporte a pequenas empresas que teriam dificuldade de sobreviver no mercado sem algum tipo de apoio.

“No cenário atual, nós precisamos avaliar o processo de produção inserido em uma comunidade, se dermos suporte à estrutura local, conseguiremos estar conectados intrinsecamente à essa comunidade e ao que ela produz”, diz o diretor científico da Janssen em San Diego, Anders Brunmark.
A observação do desempenho da companhia no ano passado ajuda a explicar o interesse no apoio à inovação. Com faturamento global de US$ 67,2 bilhões em 2012, a Johnson & Johnson teve 41% de seu resultado vindo da área médica, 38% da farmacêutica e 21% dos produtos de consumo. O equivalente a US$ 5,4 bilhões foram investidos em pesquisa só na área farmacêutica. Ocupando a nova posição no mercado brasileiro, a companhia é a sexta entre as empresas que mais realizam pesquisas clínica no país. E a expectativa é avançar nesse ranking.
“A ciência se move cada vez mais rápido e nem sempre o capital tem acompanhado essa velocidade. Por isso, a pesquisa, a inovação e tudo o que se relaciona à colaboratividade têm ganhado importância. Isso tudo traz avanço naturalmente”, diz Anders.
Para Antônio Britto, presidente da Interfarma — entidade que representa a indústria farmacêutica no Brasil —, casos assim explicam o porquê de a Califórnia ter atingido o posto de sétima economia do mundo. “Não há país que tenha tido sucesso sem começar por desenvolver o conhecimento em determinada área”, diz Britto.
Segundo ele, ainda não é possível pensar que um cenário assim possa se tornar realidade no Brasil. “Por enquanto, as empresas e as universidades brasileiras estão de costas umas para as outras”, diz.
Brasil Econômico
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