quinta-feira, 14 de fevereiro, 2013

Aviação se reinventa e abrirá lojas com sua própria marca

Depois de mudar a tradicional latinha pela primeira vez em mais de 90 anos, a manteiga Aviação tem outros planos para se reinventar. Um dos mais importantes é a abertura de lojas próprias, chamadas de “Casa da Manteiga”. “Esse deve ser nosso próximo passo: montar lojas em pontos estratégicos que tenham demanda muito grande. São Paulo talvez seja o primeiro”, diz ao BRASIL ECONÔMICO Geraldo Alvarenga Resende Filho, presidente da Laticínios Aviação e herdeiro dos fundadores.
O projeto é uma das prioridades de 2013. “Pode ser que saia neste ano, mas ainda não temos nada definido quanto à data”, afirma. Um piloto já funciona em São Sebastião do Paraíso (MG), em frente à fábrica da empresa. Lá, a “Casa da Manteiga” reúne, além de espaço para venda de produtos, museu e loja veterinária, com boas práticas para produtores de leite. O principal benefício é divulgação, aproveitando o apelo emocional que a marca tem junto aos consumidores. “O componente nostálgico tem um apelo muito forte em difundir a marca”, avalia.
Outro ponto crucial para este ano é ampliar os canais de distribuição. Hoje, o estado de São Paulo é o principal mercado consumidor, mas Filho diz que há espaço para crescer em redes varejistas regionais e em pontos de venda como delicatessens e panificadoras de Belo Horizonte, Brasília, Recife e Fortaleza. “Nossos produtos são encontrados em todo o Brasil, mas o foco é atingir praças onde eles existem, mas ainda não estão bem posicionados”. Os investimentos para isso estão em definição.
O potencial do mercado interno explica porque a empresa ainda não planeja tirar do papel, pelo menos no curto prazo, planos de exportação. “Temos um mercado interno de pelo menos 20 milhões de pessoas que ainda não atendemos como queremos”, justifica. Pesa também o jeito mineiro da empresa familiar cuja gestão já está na quarta geração. “O crescimento tem que ser dosado, para ter a empresa na mão. O crescimento acelerado pode levar à perda de controle de qualidade.”
Nos últimos cinco a oito anos, o negócio tem crescido de 15% a 18% ao ano. E a expectativa para 2013 é manter o ritmo. Com 240 funcionários, a empresa produz, além da manteiga, doce de leite, achocolatado, creme de leite, requeijão e queijo. Manteiga responde por 70% do negócio. Depois, vêm doce de leite e requeijão cremoso. O plano é que manteiga continue sendo o carro-chefe de receita e produção. Por dia, são feitas, em média, 25 toneladas de manteiga. Considerando todos os produtos, a fabricação diária é de cerca de 35 toneladas.
A nova lata da manteiga chegou às prateleiras em janeiro. Com ela, a Laticínios Aviação quer reverter o avanço da embalagem plástica, que representa 40% das vendas de manteiga. Lata e tablete têm 30% cada. Filho quer pelo menos empatar as participações da lata e do pote plástico. “As pessoas preferem o plástico pela praticidade, por isso adotamos a abertura que dispensa abridor de lata. Queríamos uma embalagem prática.”
O desenvolvimento da embalagem levou dois anos, com investimento de R$ 500 mil. E a empresa também tirou do mercado a lata de 500 gramas. “As famílias são menores e fazer a nova lata de 500 gramas ficaria desproporcional”, explica. A nova lata é a parte de um processo de modernização da empresa. Nos últimos três anos, foram investidos mais de R$ 20 milhões em equipamentos, reformulação e ampliação da fábrica. Para Filho, o maior desafio de um negócio quase centenário é ser contemporâneo. “Acompanhar o tempo e fazer o que o consumidor deseja, sem mudar a identidade da empresa. Isso é fundamental”, conclui.
Um negócio familiar que já está na quarta geração
A Laticínios Aviação, cuja razão social é Gonçalves Salles S.A. Indústria e Comércio, foi fundada nos anos 20 pela família de Geraldo Alvarenga Resende Filho, que preside a empresa há 22 anos. “Gonçalves era o meu avô materno e Salles era o sogro dele”, conta, acrescentando que o cunhado de Salles também fundou a empresa.
Ele é a terceira geração da família a presidir a Laticínios Aviação, mas a quarta geração
já está à frente do negócio. São os três sobrinhos e os dois filhos do executivo.
“Nossa empresa nasceu no rastro do final da primeira guerra, sobreviveu à segunda,
a três ou quatro revoluções e a mais de duas dezenas de planos econômicos ”, recorda.
O segredo de uma trajetória tão longa, opina o executivo, é parceria. “É ter o negócio na mão, ter muita transparência e parceria com fornecedor, com distribuidor”, finaliza Geraldo Filho.
Brasil Econômico
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