quarta-feira, 18 de dezembro, 2013

GOVERNO RECUA E MANTÉM PRAZO PARA ABS E AIRBAG

Diante da repercussão negativa, o ministro Guido Mantega (Fazenda) recuou e informou que será mantida a exigência de que todos os carros fabricados no País a partir de 1º de janeiro contenham airbag e freios ABS. O ministro, que alegava estar preocupado com inflação e demissões, disse ontem que a inclusão dos itens de segurança resultará em aumento de 4% a 8% no preço ao consumidor, mas acertou com as montadoras que os trabalhadores manterão o emprego. A regra que prevê a instalação dos equipamentos é de 2009. A exceção pode ser a Kombi, cujo fim foi anunciado pela Volkswagen, já que o veículo não comporta a instalação dos equipamentos. Existe a possibilidade de que o utilitário seja produzido por mais dois ou três anos, sem os itens. Segundo Mantega, nenhum concorrente se opôs. Modelos como Celta, Gol G4 e o Uno Mille devem ser extintos.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou ontem que será mantida a exigência de que todos os carros fabricados no País contenham freios ABS e airbags a partir de i.° de janeiro. Na semana passada, o ministro havia dito que o governo estudava a possibilidade de adiar essa exigência para 2016.
Os argumentos de Mantega para defender o adiamento do prazo, definido em 2009, eram o impacto na inflação, provocado pelo aumento de preços dos carros, e eventuais demissões, por conta do fim da produção de alguns automóveis. A repercussão, porém, foi bastante negativa - a reclamação geral era de que o governo estava colocando a inflação à frente da segurança dos motoristas.
Ontem, o ministro informou que a inclusão dos itens de segurança resultará em aumento de 4% a 8% do preço para o consumidor, mas disse ter acertado com as montadoras que os trabalhadores permanecerão empregados.
A única exceção à exigência de airbag e freio ABS pode ser a Kombi, cujo fim foi anunciado pela fabricante Volkswagen, já que o veículo não comporta a instalação dos equipamentos.
O governo avalia a possibilidade de permitir que esse veículo seja produzido por mais dois ou três anos, sem os itens.
Segundo Mantega, nenhuma empresa concorrente se opôs à exceção para dar sobrevida ao veículo. Por isso, o governo ainda vai tomar uma decisão. "Não é caminhonete, não é automóvel. É uma Kombi e não tem similar", afirmou o ministro. Garros com grande aceitação no mercado, como Celta, Gol G4 e Uno Mille também são incapazes de incluir esses equipamentos, e devem ser "extintos".
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, uma medida em favor da continuidade da Kombi poderia ter um efeito positivo para 4 mil postos de trabalho. "Isso eu posso dizer que evoluiu na reunião", disse. O sindicato também defende que as regras sejam impostas de forma gradual "Insistimos muito em estabelecer as novas regras para até 95% (dos veículos) e permitir que os modelos se adaptem a essa nova legislação", disse.
Segundo Marques, 20 mil trabalhadores podem ser afetados se, além da Kombi, as linhas de produção de outros modelos - como o Gol G4 e o Mille, por exemplo - forem descontinuadas por causa das novas regras. "Algumas empresas estão dizendo que vão absorver parte desses trabalhadores, mas não está descartado que a gente faça mobilizações se houver demissão na nossa base", disse.
O presidente da Associação Nacional dôs Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, fez questão de dizer que o adiamento do prazo para a obrigatoriedade dos itens de segurança não foi um pedido da entidade, mas um apelo dos funcionários ligados à produção da Kombi, que se movimentaram para evitar demissões.
Imposto menor. Para cuidar dos preços, o governo avalia reduzir o Imposto de Importação de autopeças que não são fabricadas no País. A Anfavea pediu ao governo que esse imposto seja reduzido de 16% ou 18% para I 2% para todas as autopeças que não são produzidas no Brasil. Na próxima segunda-feira, em nova reunião entre governo e empresários, deve sair uma decisão sobre o assunto.
Segundo Mantega, também ; serão discutidas na reunião al: ternativas para garantir que o setor feche 2014 com aumento : daprodução em relação a 2013./ COLABOROU LUiZ GUILHERME GERBELU
O Estado de São Paulo - 18/12/2013
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