quarta-feira, 27 de novembro, 2013

Projeto de fábrica da Land Rover chega na fase final

O projeto de fábrica no Brasil da Jaguar Land Rover chegou à reta final com dois Estados na disputa - São Paulo e Rio de Janeiro -, mas com a região do Sul Fluminense como favorita a levar o empreendimento. A montadora inglesa também negociou com os governos de Santa Catarina e do Espírito Santo, mas, no fim, voltou seu foco a regiões com polos de produção automobilística consolidados, onde pode aproveitar a cadeia de suprimento já estabelecida.
No Estado de São Paulo, houve interesse dos britânicos em levar o investimento para perto de Sorocaba, onde a Toyota produz o compacto Etios há mais de um ano, ou para a região de Campinas, a poucos quilômetros da Honda, instalada em Sumaré. Porém, as negociações com São Paulo esfriaram. Uma fonte que acompanhou as tratativas pelo lado do governo paulista diz que os executivos da Land Rover deixaram de discutir "há muito tempo" o investimento no Estado e que será uma surpresa se São Paulo levar a fábrica.
O projeto, então, caminha para o sul do Rio de Janeiro, onde já estão instaladas fábricas da Peugeot Citroën, da MAN, que produz os veículos comerciais da Volkswagen, e da Nissan - esta última em construção, mas com inauguração prevista para o ano que vem na cidade de Resende. Procurada, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio confirmou que o Estado está na "briga" com São Paulo, mas que ainda não recebeu uma decisão sobre o investimento por parte da montadora. Tanto no caso do Rio de Janeiro, como nas opções avaliadas em São Paulo, a maior vantagem para a Land Rover está em aproveitar a vocação automotiva das regiões, dado o desenvolvimento de mão de obra e fornecedores já feito por fabricantes que por lá se estabeleceram.
Ontem, ao participar de seminário realizado pelo Valor sobre segurança nas estradas, o gerente de planejamento estratégico de produto e preço da Jaguar Land Rover, Carlos Szeles, disse que os estudos da montadora para construir uma fábrica no Brasil estão praticamente concluídos. Durante o evento, o executivo reforçou que uma decisão sobre o tema deve sair até o mês que vem, repetindo o que vem sendo dito pelo alto comando da marca na região. "Antes do Natal devemos ter uma resolução, positiva ou não, sobre a fábrica no Brasil", disse Szeles durante sua participação no seminário. Mais tarde, procurado pelo Valor, ele informou que temas como incentivos estaduais e o financiamento do projeto ainda são discutidos, mas devem ser definidos "nos próximos dias".
A Land Rover, controlada pelo grupo indiano Tata desde 2008, avalia há cerca de dois anos produzir utilitários esportivos no Brasil, mas teve que reavaliar o projeto diante de mudanças na politica automotiva brasileira que estabeleceram exigências de investimento em inovação e nacionalização de atividades industriais, fechando as portas para as montadoras que desejavam entrar no país apenas com a montagem dos kits de peças enviados do exterior, no sistema conhecido como CKD.
Diante de restrições do governo para importações de automóveis no âmbito do novo regime automotivo, uma série de montadoras anunciou investimentos na produção local de veículos, o que inclui grifes do segmento premium como a Land Rover. Além da marca inglesa, BMW, Audi e Mercedes-Benz já confirmaram investimentos na fabricação de carros no Brasil.
Segundo Szeles, mais do que atender a demandas regulatórias, a Land Rover se vê forçada a investir em novas linhas de produção porque suas fábricas no Reino Unido têm operado no limite da capacidade. A marca está registrando seu melhor ano de vendas no Brasil, com 9 mil carros entre janeiro e outubro, alta de 30,2%.
Valor Econômico - 22/11/2013
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