quarta-feira, 27 de novembro, 2013

Philip Morris vai disputar o mercado de cigarro eletrônico a partir de 2014

A gigante do tabaco Philip Morris International anunciou que vai entrar no aquecido mercado de cigarros eletrônicos no ano que vem e acelerar os planos para outros produtos alternativos, num momento em que as vendas de cigarros tradicionais estão caindo.
Anteontem, a dona das marcas Marlboro e L&M baixou as expectativas de lucro para 2014. E ressaltou que o volume mundial de cigarros poderia diminuir 3% pelo segundo ano consecutivo e que vai aumentar em US$ 100 milhões os gastos com produtos alternativos.
"Estamos enxergando 2014 como um ano de investimento", disse o diretor-presidente, Andre Calantzopoulos, em conferência organizada pelo Morgan Stanley.
A Philip Morris tem uma fatia estimada de 29% do mercado de cigarros global, sem incluir os Estados Unidos e a China. (Em 2008, ela foi desmembrada da líder do setor nos EUA, a Altria Group . Já o mercado chinês é dominado por uma empresa estatal.)
Grandes aumentos de impostos especiais sobre o consumo na Rússia e nas Filipinas, a introdução de advertências nas embalagens da Austrália e restrições mais rígidas à comercialização em um número maior de países pressionam as vendas de cigarros tradicionais.
Rivais como British American Tobacco, Japan Tobacco e Imperial Tobacco lançaram ou vão lançar cigarros eletrônicos, que usam pilhas para transformar um líquido com nicotina em vapor.
As vendas mundiais de cigarros eletrônicos somam US$ 2 bilhões, uma pequena fração do mercado de tabaco, de US$ 800 bilhões. Mas estão crescendo rapidamente, e o cigarro eletrônico é visto como menos nocivo que o tradicional porque não usa combustão.
"Nossa maior oportunidade de crescimento está na comercialização de produtos de risco reduzido", afirmou Calantzopoulos.
A ideia é começar a vender cigarros eletrônicos no segundo semestre de 2014 usando a tecnologia atual. Mas Calantzopoulos diz que há um potencial maior em outra tecnologia em desenvolvimento pela empresa, que imita melhor os cigarros tradicionais - usa tabaco no lugar do líquido da versão eletrônica e não precisa de pilha.
Calantzopoulos diz que a empresa deve começar a testar o produto em várias cidades no segundo semestre do ano que vem e promover o primeiro lançamento nacional em 2015. Antes, a empresa havia informado que tais produtos seriam lançados em 2016 ou 2017.
A Philip Morris afirmou que o volume de cigarros vendido fora dos EUA e da China deve diminuir 3% este ano, comparado com uma queda de 0,7% em 2012. Em 2014, a expectativa é que o volume caia outros 2% a 3%. A empresa prevê que o declínio anual diminua para 1% a 2% em 2015, à medida que as economias europeias melhorem e as consequências negativas do aumento de impostos diminuam.
A Philip Morris projetou que seu lucro ajustado em moeda neutra por ação suba de 6% a 8% em 2014, abaixo da estimativa de 10% para 2013 e da meta de longo prazo de 10% a 12% para o crescimento anual do lucro. E acrescentou que permanece confiante na volta a um crescimento de dois dígitos em 2015. A ação da empresa fechou com queda de 3% ontem na Bolsa de Nova York, cotada a US$ 86,60.
Valor Econômico - 22/11/2013
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