terça-feira, 08 de outubro, 2013

Mercado reage a previsão de fábrica de cimento no Estado e reduz preço

O grupo Camargo Corrêa estuda investir R$ 800 milhões em uma fábrica de cimento no Amazonas ou no Pará. Com o interesse da InterCement, o braço para negócios de cimento da gigante da construção, o mercado reagiu em Manaus e já reduziu o preço ao consumidor final.
De acordo com o diretor de planejamento estratégico e desenvolvimento de negócios da InterCement, Marco Antonio Zangari, a capacidade instalada da fábrica será de 900 mil toneladas ao ano. Só no ano passado, a produção do Amazonas foi de 785,2 mil toneladas, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC).
Hoje, com 16 plantas industriais, a empresa escolheu o Norte do País como parte da estratégia em ter presença em todas as regiões do Brasil. “Como segundo maior produtor, entendemos que deveríamos estar presentes em todo o território nacional. A região Norte é uma das com maior potencial de crescimento do País”, completou Zangari.
E com essa nova fábrica, a InterCement pretende atender não só o mercado de Manaus ou Santarém, mas de todos os Estados da Região Norte. Atualmente, o Amazonas já recebe o cimento da marca Cauê (comprada pela Camargo Corrêa) importado de Portugal, enquanto o Pará é atendido pela produção do Nordeste.
“Estamos na fase de refinar o estudo de viabilidade econômica, analisando os aspectos particulares de cada localidade, para que possamos tomar a decisão final. Questões como logística, perfil de consumidores, disponibilidade de matéria-prima e insumos estão sendo levadas em consideração. O estudo ainda requer alguns meses, mas em paralelo a ele, avançamos em licenciamento ambiental e nas reservas nos dois Estados, para ganharmos tempo”, informou o executivo.
A reserva da qual Zangari se refere diz respeito à fonte da matéria-prima no processo de fabricação do cimento, o calcário, que precisa ser mais próximo possível do local de fabricação, devido ao custo do transporte. Segundo a empresa, independente do Estado onde será instalado o empreendimento, o licenciamento para poder operar nas minas de calcário em ambas as regiões está em andamento.
“Os incentivos fiscais também são critérios que fazem parte da nossa análise. Manaus tem essa característica para tornar mais atrativa a vinda de empresas. A implantação da fábrica depende da fase atual do licenciamento ambiental. Esse é um processo muito rigoroso, depende de análise dos órgãos competentes. Mas com a nossa experiência, estimamos de dois a três anos para implantação da fábrica. Lógico, que tudo depende da implantação da operação de mineração, da operação logística fluvial e rodoviária e no local da planta, onde precisamos instalar equipamentos pesados”, ressaltou.
Aplicando o conceito da lei da oferta e demanda, com a possibilidade de mais um produtor em atuação no Estado, a queda de preços parece inevitável. Um levantamento mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o comportamento do valor do cimento no varejo tem dado sinais de retração.
Em abril deste ano, a saca de 50 quilos do cimento portland composto custava R$ 34,71, o preço médio registrado após cinco meses foi de R$ 33,53, uma redução de 3,39%. O percentual pode parecer pequeno, mas faz diferença no custo final de uma construção.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Louças, Tintas, Ferragens, Material Elétrico e de Construção (Simacon), Aderson Frota, acredita que apenas o anúncio do interesse da InterCement na região Norte gerou uma movimentação da única produtora de cimento do Estado, e das lojas em geral, o que pode explicar a recente queda no preço do produto.
“Em um processo de competição entre empresas, ainda mais quando são poucas, é comum que se abaixem os preços, mesmo que apenas no início. Ninguém vai chegar em um novo local aumentando os valores. Mas acredito sim que esse anúncio da nova fábrica está causando um movimento no setor, pois as marcas de cimento estão investindo muito em publicidade, o que não se via antes”, observou Frota.
InfoMet - 08/10/2013
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