terça-feira, 08 de outubro, 2013

Ducati inicia expansão para triplicar rede de revendas

A italiana Ducati chegou ao Brasil num bom momento para as marcas de motos de luxo, que estão conseguindo remar contra a crise observada no segmento de baixa cilindrada. Há um ano, a marca começou a produzir em Manaus (AM) e nesse período acumulou vendas de mais de 360 motos, 14% acima de sua meta inicial.
Agora, o objetivo é expandir mais rapidamente a rede de concessionárias para chegar a novos mercados, saindo das atuais quatro lojas para 13 pontos de venda até o ano que vem. Dois desses novos pontos - um no Rio de Janeiro e outro em Porto Alegre - serão inaugurados nesta semana.
Depois disso, a marca chegará, ainda neste ano, a Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Belo Horizonte (MG), cidades nas quais já tem concessionários selecionados. Na sequência, planeja avançar em direção ao Nordeste, com a abertura de lojas em Fortaleza (CE), Recife (PE) e Salvador (BA).
"A ideia é não restringir esse crescimento apenas à região Sudeste", afirma Ricardo Susini, diretor-geral da Ducati no Brasil, acrescentando que a expansão planejada na rede comercial, junto com investimentos em capacidade de produção, prepara a empresa ao crescimento de vendas previsto para os próximos anos.
"Esse é um mercado de nicho. Então, não é necessário ter grande número de concessionárias. Só haverá abertura de outras lojas se isso for interessante para quem já está no negócio. Não queremos criar concorrência para nossos concessionários", diz Susini. Hoje, a marca tem quatro lojas no país: uma em Goiânia (GO) e outras três em São Paulo - sendo uma delas na capital paulista e outras duas em Campinas e Ribeirão Preto.
As metas e expectativas traçadas pela Ducati para o mercado brasileiro incluem vendas superiores a 2 mil motos em 2014 - mais do que o dobro das 900 unidades previstas para 2012 - e, em dois anos, colocar o país entre os cinco maiores mercados da marca no mundo. Se tudo sair como os italianos desejam, a Ducati alcançará participação estimada entre 4% e 5% do mercado premium de motos.
Esse crescimento, além da abertura de concessionárias, passa pela nacionalização de novos modelos. No momento, a empresa monta apenas duas motos no Brasil: a Diavel, que parte de R$ 58,9 mil, e a Monster 796, vendida por R$ 37,9 mil. Até o ano que vem, porém, esse portfólio ganhará pelo menos mais dois modelos. Após encerrar parceria com o grupo Izzo, que antes era seu representante local, a Ducati assumiu há um ano o controle das atividades comerciais da marca no país. Suas motos, desde então, são montadas em uma fábrica da Dafra a partir de conjuntos de componentes enviados pela matriz da Ducati em Bolonha, no norte da Itália.
No Brasil, o desempenho da marca tem sido favorecido pela evolução no consumo de motos de alta cilindrada, um mercado menos exposto à seletividade de crédito que derrubou os segmentos mais populares da indústria. Enquanto as vendas de motocicletas recuam em 2013 para o nível mais baixo em sete anos, o chamado segmento premium - de motos com mais de 450 cilindradas - evolui a um ritmo de 10,8%, conforme dados da Abraciclo, a entidade que representa os fabricantes do setor de duas rodas. Nos últimos três anos, além da Ducati, marcas como MV Agusta e Thiumph Motorcycles começaram a explorar o mercado brasileiro com motos montadas no polo industrial de Manaus, onde essa indústria está instalada. Ainda nesse período, a lendária Harley-Davidson se transferiu para uma fábrica maior na região.
Segundo especialistas, a chegada dessas marcas, acompanhada por uma inédita expansão de modelos à disposição do consumidor brasileiro, ajudou a dar vazão a uma demanda antes reprimida pela falta de opções no mercado. Ainda assim, as motocicletas mais sofisticadas representam apenas 3% do mercado total, o que, por outro lado, também dá a medida de seu potencial de crescimento.
"O Brasil tem condições de ser no futuro um de nossos três maiores mercados", afirma Roberto Righi, diretor global de vendas da Ducati, ao mencionar um trio hoje formado por Estados Unidos, Itália e Alemanha.
Valor Econômico - 08/10/2013
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