quinta-feira, 03 de outubro, 2013

Com investimento de R$ 180 milhões, italiana Arvedi monta fábrica em SP

Com uma chegada discreta no país, a italiana Arvedi Metalfer investiu R$ 180 milhões em uma fábrica de tubos de aço em Salto (SP). Neste mês, a companhia sela o início de sua produção local com a fabricação de tubos de aço soldados destinados principalmente ao mercado automotivo.
Em dezembro do ano passado, quando a fábrica de Salto ficou pronta - ocupando 40 mil m2 de um terreno de 330 mil m2 -, a companhia deu início à produção de tubos trefilados.
A unidade é a primeira da Arvedi fora da Itália e terá uma capacidade total de produção de 90 mil toneladas de tubos soldados e trefilados de aço. Com 50 anos de história, a empresa tem quatro unidades produtivas no norte italiano, incluindo uma aciaria com capacidade para 3,2 milhões de toneladas de aço e uma fábrica de peças. No ano passado, produziu cerca de 500 mil toneladas de tubos de aço na Itália e faturou € 2,2 bilhões.
Na fábrica paulista, onde empregará 120 pessoas, a empresa vai produzir tubos para cilindros hidráulicos, barras de torção e direção e eixos para veículos, tratores, caminhões, guindastes, máquinas agrícolas, além de tubos de aços especiais para uso industrial.
A marca italiana já está presente no Brasil há quatro anos, quando começou a importar produtos feitos na Itália diretamente para clientes brasileiros, principalmente tubos para cilindros hidráulicos e eixos de caminhões.
Por decisão de seu fundador e presidente do conselho, Giovanni Arvedi, a instalação de uma unidade em solo brasileiro foi silenciosa e cautelosa. "A empresa primeiro quis sentir a demanda, para depois confirmar o início da sua produção local", disse Marco Aurelio Picolo, diretor-geral no Brasil.
Agora, a Arvedi afirma ter maior confiança no potencial de crescimento do mercado local, principalmente o automotivo. O setor corresponde por aproximadamente 60% de suas vendas. Segundo Picolo, as expectativas de aumento das vendas de veículos e as novas exigências de conteúdo nacional na produção pesaram na decisão de vir ao país.
O maior desafio da Arvedi é consolidar sua marca no Brasil e ganhar espaço em um momento ruim do setor. Para isso, tem que conquistar uma fatia de um mercado dominado por empresas como Vallourec, MTP e Tuper, que entre tantos outros produtos vendem tubos para as montadoras de veículos brasileiras.
Segundo Picolo, o setor está muito pressionado pelos seus fornecedores, as siderúrgicas, que enfrentam dificuldade para crescer, e por seus clientes, tanto industriais como as montadoras. "O momento é delicado para as empresas de tubos no país", diz. O objetivo da Arvedi é convencer as empresas de substituir os tubos sem costura, que hoje são maioria no mercado local, por seus tubos soldados.
Neste ano, a meta da companhia é atingir um faturamento de R$ 45 milhões no Brasil, quando a maior parte de suas vendas ainda será de produtos vindos da Itália. A partir de 2015, com a fábrica de Salto operando perto de sua capacidade total, a Arvedi tem a ambição de chegar a R$ 250 milhões.
Com os equipamentos atuais, a unidade tem possibilidade de produzir 60 mil toneladas de tubos de aço soldados, sendo 45 mil toneladas para comercializar no mercado e 15 mil toneladas para transformar em trefilados de aço. Com outras 15 mil toneladas de tubos vindos da Itália, de parede mais grossa, vai produzir em Salto 30 mil toneladas de trefilados, para vender aos seus clientes brasileiros e de outros mercados próximos.
Além do mercado local, a Arvedi tem planos de exportar uma parte de sua produção. Já firmou seu primeiro contrato com uma empresa argentina, segundo Picolo, e futuramente pretende vender para outros locais da América do Sul, além de México e Estados Unidos.
Valor Econômico - 02/10/2013
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