terça-feira, 29 de outubro, 2013

A Marisol cansou da vida de adulta

São Paulo - Há quatro anos, a Marisol fez barulho ao comprar a grife de roupas de praia Rosa Chá. Era o início de um projeto da indústria catarinense, conhecida pelas roupas infantis, de virar uma empresa de apelo fashion. Mas a companhia não levou em conta que a Rosa Chá não tinha relação com seu DNA.
Em 2012, a Marisol desistiu oficialmente da linha praia. E o presidente da empresa, Giuliano Donini, percebeu que era melhor voltar às origens.
A decisão de focar no infantil e concentrar o trabalho nas grifes Lilica Ripilica e Tigor T. Tigre não foi isenta de traumas. Ao vender a Rosa Chá para o grupo Restoque, dono da Le Lis Blanc, a empresa ficou no prejuízo: recebeu R$ 10 milhões dos R$ 16 milhões que originalmente havia aplicado na marca - isso sem contar a inflação do período.
Nos quatro anos em que ficou com a grife criada por Amir Slama, a Marisol praticamente desmontou a Rosa Chá. Enquanto não acertava o passo com a moda praia, a indústria catarinense investiu em outro projeto que se revelou malfadado: o resgate da Pakalolo.
A marca jovem havia sido uma febre nos anos 80. Mas se revelou bem menos relevante no mercado atual. Segundo fontes de mercado, a empresa tentou “ressuscitar” a Pakalolo com o objetivo inicial de abrir dezenas de lojas e, quem sabe, incomodar outra companhia catarinense, a Hering.
Essas escolhas tão distantes do perfil original da empresa tiveram influência clara no resultado da Marisol, fundada em 1964 e sob administração da família Donini desde os anos 1990. A companhia hoje tem três fábricas e emprega 4 mil funcionários. Embora o presidente da Marisol ressalte que a empresa nunca deu prejuízo, o faturamento foi afetado nos últimos anos. De 2011 para 2012, a receita caiu 7%, de R$ 556 milhões para R$ 517 milhões.
Exame - 28/10/2013
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