sexta-feira, 11 de janeiro, 2013

Preço global dos alimentos recuou 7% no ano passado

Embora tenham sido um dos principais responsáveis pela inflação elevada no Brasil, os preços médios internacionais dos alimentos recuaram em 2012, informou ontem a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
No ano, o índice de preços da entidade ficou em 211,6 pontos, em média, um recuo de 7% em relação a 2011. Esta foi apenas a segunda vez que os preços dos alimentos caíram desde 2002 - a outra foi em 2009, ano marcado pela crise internacional decorrente do estouro da bolha financeira dos Estados Unidos.
Após três meses seguidos de queda, o indicador recuou em dezembro para os 209,3 pontos, o menor patamar desde junho.

"O resultado representa uma reversão em relação a julho, quando a escalada dos preços despertou temores de uma nova crise alimentar", afirmou Jomo Sundaram, diretor-assistente do Departamento de Desenvolvimento Econômico e Social da FAO. Segundo ele, a desaceleração econômica ajudou a abreviar a pressão sobre as commodities.
Apesar do arrefecimento, o preço médio dos alimentos no ano passado ainda foi o segundo maior da série histórica - inferior apenas ao recorde do ano anterior. Desde 2002, a alta acumulada do índice passa de 125%.
Todos os grupos de alimentos monitorados pela FAO registraram desvalorização no ano passado. O açúcar liderou o movimento, com queda de 17,1%, pressionado pela expectativa de aumento, pelo terceiro ano seguido, da produção mundial e dos excedentes exportáveis.
Em dezembro, o indicador de preço do açúcar atingiu o menor patamar desde agosto de 2010, tendo recuado mais de 20% desde as máximas registradas em fevereiro, após a melhora das perspectivas em relação à colheita de cana no Brasil, o maior produtor.
O açúcar foi acompanhado de perto pelos lácteos, que recuaram 14,5% em 2012. De acordo com a FAO, este mercado permanece "bem abastecido" globalmente, mas está "crescentemente suscetível" a mudanças na oferta decorrentes de uma eventual piora nas condições de pastagens e disponibilidade de rações.
Já óleos vegetais registraram queda de 10,7%, pressionados pelo aumento nos estoques globais de óleo de palma (dendê).
Cereais e carnes, por sua vez, registraram perdas mais modestas, de 2,4% e 1,1%, respectivamente. Apesar da queda na média anual, o índice dos cereais encerrou o ano 14,7% acima do patamar de dezembro de 2011, pressionados pela expectativa de supersafra mundial, mas logo disparou com a quebra da produção na América do Sul e, principalmente, nos Estados Unidos - entre dezembro e setembro, os preços subiram mais de 20%.
Desde outubro, no entanto, a tendência se inverteu e as cotações internacionais dos cereais começaram a ceder. "Os preços do milho caíram acentuadamente em dezembro, com a América do Sul suprindo a demanda mundial no lugar dos Estados Unidos. Os preços do arroz também caíram com a expectativa de boa colheita, mas os valores do trigo pouco mudaram", observou a agência da ONU para Agricultura e Alimentação.
Valor Econômico
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