Friday, May 15, 2015

Setor de alimentos e bebidas já sente impacto da falta de água

Produtores de alimentos e bebidas deparam­-se com custos cada vez maiores diante do agravamento da poluição e da escassez de água, o que pode afetar o crescimento dessas empresas, segundo relatório da Ceres, grupo de Boston que reúne investidores com mais de US$ 13 trilhões em ativos. Segundo o documento, a escassez de água já impacta as empresas em regiões assoladas pela seca, como Brasil e Califórnia (EUA).
Embora alguns produtores venham adotando medidas para gerenciar o risco da falta de água, a maioria vem ficando para trás, segundo a Ceres. "É, definitivamente, uma ameaça cada vez maior", disse Nick Martin, chefe de práticas sustentáveis no Antea Group, que também é engenheiro e consultor ambiental. "Agora, ela está sendo levada mais a sério que há talvez cinco ou dez anos".
Das 37 empresas de capital aberto avaliadas no informe, 91% citaram a água como um "risco material" em seus documentos financeiros. A escassez de água já impacta os balanços patrimoniais, interrompendo operações e limitando o crescimento.
Em abril, a Coca­Cola abandonou planos para construir uma engarrafadora no norte da Índia, onde os agricultores temem o uso desmedido das águas subterrâneas e a poluição. A Cargill anunciou que a queda do lucro no quarto trimestre foi influenciada pela seca que assolou pastagens nos EUA, usadas para criar gado bovino.
A Unilever divulgou ter custos anuais em torno de US$ 400 milhões com desastres naturais ligados a mudanças climáticas, que levaram ao corte do fornecimento de água, elevação do custo dos alimentos e redução da produtividade.
Problemas relativos à seca foram discutidos apenas 12 vezes nas transcrições de teleconferências sobre balanços trimestrais analisadas pela Ceres em fevereiro. Metade das referências veio em resposta a perguntas de analistas. As discussões mais frequentes giraram em torno dos impactos nos preços e na cadeia de abastecimento causados pelas secas no Brasil e no Oeste dos EUA.
Para quase metade das empresas, a supervisão da água esteve relegada a executivos pelo menos dois níveis abaixo do diretor-­presidente. Apenas 16% das empresas têm políticas agrícolas sustentáveis para lidar com a água, sendo que a PepsiCo e a Unilever são "as mais sólidas", de acordo com o relatório.
Supermercado Moderno - 13/05/2015
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