Thursday, September 19, 2013

Suzano planeja entrar no segmento de celulose fluff

Segunda maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto, a Suzano Papel e Celulose se prepara para entrar em um novo mercado, o de celulose fluff, usada em absorventes e fraldas, com uma importante inovação: ao invés da conversão da fibra longa, como tradicionalmente é feito pela indústria global, a companhia desenvolveu um tipo de fluff obtido a partir da fibra curta, já produzida em suas unidades.
Após o êxito alcançado nos testes com um grande "e bastante representativo" fornecedor de absorventes femininos, a companhia experimenta agora o uso da matéria-prima na produção de fraldas descartáveis. Concluída essa fase, a Suzano pode iniciar a fabricação em escala industrial de fluff em 2015.
"Vamos concluir os testes com grandes clientes, agora em fraldas, para então tomarmos uma decisão", diz o diretor de Relações com Investidores, Tiago Fernandes. No segmento de absorventes, os testes mostraram que é possível substituir 70% da celulose fluff tradicional, obtida a partir da fibra longa, pela nova matéria-prima desenvolvida pela Suzano, que manteve a alta capacidade de absorção.
Hoje, o mercado brasileiro de fluff gira entre 400 mil toneladas e 500 mil toneladas anuais e praticamente toda a demanda é suprida por importações. Atenta a esse potencial, a Klabin também pretende iniciar a produção local, como parte do projeto bilionário de celulose em Ortigueira (PR). Para obter esse tipo de celulose, contudo, a Klabin usará a fibra longa como ponto de partida. A produção anual de fibra longa na nova fábrica está projetada em 400 mil toneladas por ano.
Em termos de preço, diz o diretor da Suzano, ainda é cedo para comentar a política que deverá ser adotada - a escala de produção também não está definida e determinará os investimentos necessários. Contudo, é sabido que a tonelada de fluff é negociada com diferencial, para cima, de US$ 140 a US$ 150 em relação à tonelada de fibra curta. "Vamos olhar inicialmente o mercado doméstico, mas há oportunidade de exportação", afirma. No ano passado, de acordo com a consultoria finlandesa Pöyry, a produção global de fluff foi de 5,4 milhões de toneladas e, até 2025, a demanda mundial, com vistas à fabricação de fraldas e absorventes, deve alcançar 6,2 milhões de toneladas por ano.
Os estudos que levaram ao desenvolvimento do novo tipo de celulose foram iniciados em 2009, segundo Fábio Figliolino, gerente executivo de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Suzano. Desde então, três pesquisadores, de uma equipe de 45, dedicaram-se exclusivamente a essa pesquisa. "É uma das grandes apostas da Suzano em termos de inovação."
Sem entrar em detalhes sobre a fórmula da celulose fluff de fibra curta, Figliolino conta que um dos diferenciais está na forma de entrega do insumo, que chega em bobinas (e não cortada em folhas) ao cliente. Os testes foram feitos na unidade de Embu (SP), porém a instalação ou conversão de uma linha "flex", que poderá produzir fluff ou a tradicional celulose de eucalipto da companhia, deverá ser feita em uma das fábricas de celulose da companhia.
A Suzano está perto de alcançar capacidade total de produção de celulose de 4,4 milhões de toneladas ao ano, com a inauguração da fábrica do Maranhão, prevista para o quarto trimestre. Em papel, a companhia pode produzir 1,3 milhão de toneladas anuais.
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