Wednesday, June 19, 2013

InVivo investirá R$ 100 milhões no país até 2016

A multinacional francesa de nutrição animal InVivo, antes conhecida como Evialis, vai investir R$ 100 milhões no Brasil nos próximos três anos, afirmou ao Valor o presidente da empresa no país, Nilton Perez. Acostumada a crescer no Brasil com aquisições, a companhia, que é uma das maiores do setor de nutrição animal do mundo, pretende adotar uma estratégia de crescimento orgânico, inclusive com a construção de fábricas. "Os projetos são de 'greenfield', em princípio", disse Perez.
Com dez fábricas de ração instalada no país, a InVivo pretende elevar sua capacidade de produção em 20% nos próximos três anos, passando da atual produção anual de 1 milhão de toneladas para cerca de 1,2 milhão de toneladas até junho de 2016. Os aportes, assegura Perez, terão início no ano-fiscal 2013/14, que vai de julho a junho.
Os detalhes do investimento, como as regiões e mercados que serão beneficiados, ainda não estão definidos, segundo o executivo. Perez sinalizou, no entanto, que um dos objetivos da InVivo é ampliar as operações nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
A tendência, segundo ele, é que os investimentos se concentrem na ampliação da produção de ração para animais domésticos e para a produção de pescados em cativeiro, a chamada aquicultura. Com isso, a InVivo reforça sua aposta no crescimento da renda da população brasileira, num movimento que ampliaria a demanda por produtos para animais de estimação.
No caso da aquicultura, a expectativa da empresa reflete o otimismo com o crescimento- acima de dois dígitos - verificado nas vendas de ração para pescados nos últimos anos. Em relatório publicado no início do ano, o Rabobank afirmou que aquicultura é a "próxima fronteira" do mercado de proteína animal do país e que o Brasil reúne as condições ideais para suprir o crescimento da demanda por pescados no próximos anos. A boa perspectiva para o setor faz com que a InVivo ainda considere aquisições. "Não tem nada engatilhado. Mas se fôssemos adquirir alguma coisa, seria na aquicultura", disse Perez.
Os investimentos na capacidade de produção de ração para animais de estimação e para a aquicultura encontram suporte, ainda, nas estimativas do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). Os dois segmentos são os que mais devem crescer, atrás apenas das vendas de sal mineral para bovinos. Para este ano, a entidade prevê que as vendas de ração para aquicultura subirá 13,8%, para 740 mil toneladas. Já as vendas de ração para cães e gatos devem aumentar 5%, para 2,37 milhões de toneladas.
Apesar do crescimento esperado para as vendas de sal mineral, Perez descarta elevar sua capacidade de produção para bovinos. "Trabalhamos com sobrecapacidade de suplemento mineral", disse, estimando que a InVivo opere como uma ociosidade média de 40% na produção de ração para bovinos.
Mas a ociosidade não é o único motivo. Ampliar a capacidade de produção para bovinos significaria elevar a dependência da empresa a um segmento - o de ruminantes - que já concentra cerca de 45% de seu faturamento. No ano-fiscal 2012/13, o faturamento da InVivo no Brasil ficou um pouco acima de R$ 700 milhões. Para o próximo ciclo, o 2013/14, Perez estima que a empresa fature R$ 770 milhões.
O executivo lembrou que os investimentos no Brasil também refletem a redução da participação da França na receita global da empresa, que é controlada por um grupo de cooperativas francesas. Desde 2004, a fatia do país europeu na receita da InVivo caiu de 75% para 40%. O Brasil é o terceiro país mais importante para a companhia, atrás de México e França. No ano-fiscal 2012/13, a InVivo teve receita global de cerca de US$ 1,8 bilhão em nutrição animal.
Valor Econômico - 18/06/2013
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