Wednesday, April 10, 2013

Votorantim leva cimento à bolsa

A Votorantim Cimentos, que teve o negócio mais rentável do grupo Votorantim em 2012, vai se capitalizar no mercado de ações. A empresa, que tem brilhado, enquanto outras áreas de negócios estão pesando nos resultados, protocolou na noite de segunda-feira, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), um pedido de registro de sua oferta pública inicial de units na BM&FBovespa. A empresa terá dupla listagem, também com ADR em Nova York.
A operação, que será realizada pela empresa e por sua controladora, a Votorantim Industrial (VID), envolverá uma oferta primária e uma secundária de units, formadas por uma ação ordinária e duas ações preferenciais.

Segundo apurou o Valor, a oferta deverá ser de US$ 3,5 bilhões a US$ 4,5 bilhões. Mas ainda não está definido o percentual do capital da companhia - maior fabricante de cimento do país e a primeira nacional do setor a abrir o capital - que a família Ermírio de Moraes colocará no mercado. A ideia é usar dados de balanço do primeiro trimestre, que serão divulgados até maio, e lançar as ações por volta de junho ou julho.
O preço dos papéis será definido conforme as intenções dos investidores, mas uma estimativa com base nos aumentos de capital feitos pela empresa nos últimos anos indicaria um valor mínimo de R$ 131. Na última operação, em dezembro de 2011, a Votorantim Cimentos emitiu 96 mil ações a R$ 43,71 cada uma. No entanto, o preço pode ser muito superior, na visão de analistas, pois a empresa teve resultados positivos em 2012 - lucro de R$ 1,6 bilhão e resultado operacional (Ebitda) de R$ 3,2 bilhões.
Além disso, afirmam, por deter a liderança do mercado de cimento no país, com participação em torno de 36%, a empresa pode acrescentar um prêmio maior.
Os recursos da colocação primária serão usados para financiar a expansão orgânica, a diversificação de portfólio no Brasil e potenciais aquisições no segmento de material de construção ou de ativos internacionais, diz a empresa no prospecto preliminar. O capital, aponta, também poderá ser usado para "investimentos estratégicos para posterior melhoramento da eficiência" das operações, mas a empresa ressalva, que poderá rever a destinação dos recursos. Já o montante proveniente da oferta secundária irá 100% para o caixa da VID.
No ano passado, a Votorantim vendeu 24,4 milhões de toneladas de cimentos no país e América Latina, 4% a mais do que em 2011. Na América do Norte, foram 3 milhões de toneladas. Em dezembro, concluiu a troca de sua participação na portuguesa Cimpor por outros ativos de cimentos em seis países. Com isso, somou 16,3 milhões de toneladas à sua capacidade global. Segundo o diretor financeiro da VID, João Miranda, essas novas operações podem adicionar € 130 milhões ao Ebitda da companhia.
A receita da empresa foi de R$ 9,5 bilhões em 2012, aumento de 9% em um ano e o equivalente a 40% da receita líquida total da VID. O resultado positivo ajudou a compensar as perdas do grupo com os negócios de metais - que segundo a VID tiveram prejuízo de R$ 1,9 bilhão - de siderurgia (R$ 79 milhões) e papel e celulose (R$ 205 milhões). A VID terminou o ano com lucro de R$ 87 milhões, 93% abaixo do resultado de 2011.
A previsão é que o grupo Votorantim fechou o ano passado com prejuízo próximo de R$ 1 bilhão, incluindo o resultado do banco, no qual divide o controle com o Banco do Brasil.
Apesar de ser a área de negócio com melhor desempenho no grupo, a Cimentos tem uma dívida líquida de R$ 9,8 bilhões, cerca de 3 vezes o Ebitda. O perfil é um pouco melhor do que o da VID, com 3,6 vezes. Já o caixa da companhia somava R$ 3 bilhões no fim do ano passado. A dívida de longo prazo era de R$ 12,2 bilhões.
As perspectivas para o mercado de cimento no país são otimistas: neste ano, a empresa espera aumento de 7% na demanda.
Valor Econômico
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