A produção brasileira de motos caiu 26,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 131,2 mil unidades, segundo a Abraciclo, entidade que representa os fabricantes do segmento. Depois de a produção também já ter sido menor em janeiro e fevereiro, o resultado no acumulado do trimestre é queda de 25,1% no volume de motocicletas produzidas no país, para 381,7 mil unidades.
As vendas de motos no atacado também caíram, passando de 468,5 mil unidades nos três primeiros meses do ano passado para 366,1 mil unidades até março deste ano, queda de 21,9%. No entanto, no varejo, a média das vendas diárias subiu de 5,6 mil unidades em fevereiro para 6,2 mil no terceiro mês do ano. Apesar do aumento, o volume ainda é inferior à média de 7,5 mil unidades ao dia em março de 2012.
As marcas Honda, Dafra e BMW tiveram quedas de vendas em linha com a do mercado, enquanto o número de motos vendidas pela Yamaha diminuiu 35,9% e o volume da Kasisnki caiu 76,5% no trimestre.
A Abraciclo atribui a piora do desempenho trimestral às restrições para os financiamentos aos consumidores. "O fato de a concessão de crédito estar mais restrita ainda atrapalha," disse Marcos Fermanian, presidente da associação em coletiva de imprensa. Segundo ele, de cada dez pedidos de crédito para a compra de motos, apenas dois são aprovados.
Nos últimos anos, a inadimplência em financiamentos para veículos levou as instituições financeiras a serem mais seletivas em suas concessões. O índice de calotes neste tipo de crédito era de 2,5% em dezembro de 2010 e passou a 5,3% no último mês do ano passado, afirmou José Eduardo Gonçalves, diretor executivo da Abraciclo. "Ainda que a inadimplência esteja em queda em relação ao pico de 6,1% em maio do ano passado, ainda está muito distante do patamar de dois anos atrás," disse.
Para que as vendas subam neste ano, a Abraciclo diz contar com o aumento do crédito. Fermanian afirma que a associação vem se reunindo com o governo e com bancos para tentar intensificar a presença das instituições públicas nos financiamentos para as compras de motocicletas.
A expectativa da associação é que o setor tenha recuperação gradativa a partir do segundo semestre e termine o ano com 1,7 milhão de motocicletas produzidas, 3,7% a mais do que no ano passado, e 1,6 milhão de unidades vendidas, alta de 2,4%.
A associação também informou ontem, em evento com a imprensa, que as vendas de bicicletas no atacado caíram 15% no primeiro bimestre deste ano sobre o mesmo período de 2012, para 102,5 mil unidades.
Valor Econômico
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