Friday, April 05, 2013

Eletros quer manter IPI para linha branca

A decisão do governo de postergar o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos levantou a discussão sobre a negociação da extensão do benefício também para a venda de geladeiras, fogões, freezers e máquinas de lavar. Com previsão de aumento das alíquotas a serem aplicadas para os produtos da chamada linha branca a partir de julho, lojistas e representantes do setor começam a se organizar para pleitear um aumento para o prazo de manutenção do desconto, que turbinou as vendas em 2012.

Ainda sem dados consolidados sobre o desempenho dos eletrodomésticos deste ano, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, estima que as vendas não estejam no mesmo nível verificado no ano passado, mas ele espera uma recuperação para o segundo trimestre. A negociação da extensão do prazo do desconto no IPI viria a contribuir para essa recuperação.

“Teremos tempo para negociar. Até 30 de junho vamos trabalhar para conversar com o governo na tentativa de manter as alíquotas como estão”,
diz Kiçula.


Com a ajuda da redução do imposto, de 2011 para 2012, o comércio de fogões, por exemplo, cresceu 20%, de 5,5 milhões para 6,6 milhões no período. A alta foi de 16% nos refrigeradores (que passaram de 6,2 milhões
para 7,3 milhões) e nas lavadoras semiautomáticas (com alta de 3 milhões para 3,5 milhões).

As vendas de máquinas de lavar automáticas cresceram 18%, de 4,2 milhões para 5 milhões. Sem a continuidade do desconto, algumas alíquotas chegarão a dobrar a partir de julho. Para os refrigeradores, por exemplo, o IPI passará de 7,5% para 15%. No caso das lavadoras, subirá de 10% para 20%. “No momento em que se fala de redução, há aumento de demanda. E deve ocorrer o contrário, caso o imposto seja recomposto. O setor já tem lidado com aumento da pressão do custo de matéria-prima, especialmente o aço, e ficou com pouca margem para negociação”, acrescenta Kiçula.

Na ponta do varejo, já há expectativa de repasse de preços por alguns lojistas, caso o desconto no imposto seja ainda mais reduzido a partir de julho.

“Na primeira recomposição da alíquota, em janeiro, nós conseguimos negociar com a indústria e mantivemos os preços para os nossos consumidores. Mas não sei se isso ocorrerá novamente em julho. Se a indústria aumentar, teremos de repassar esses custos”, prevê Leandro Cançado, diretor comercial da Cybelar, rede de lojas de móveis e eletrodomésticos que atua no interior paulista. Depois de ter adquirido o braço paulista da gaúcha Lojas Colombo, a companhia tem como plano ser líder regional no varejo de móveis e eletroeletrônicos no interior paulista.

“Por enquanto, nosso movimento está bom. Estimamos uma alta de cerca de 7% nas vendas deste primeiro trimestre na comparação com o ano passado”, comemora Leandro Cançado.
Brasil Econômico
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