Thursday, February 14, 2013

Whirlpool avança na AL com produção terceirizada

A Whirlpool, líder mundial em produtos de linha branca, está adotando em outros países da América Latina uma estratégia diferente da aplicada no Brasil, onde fabrica 100% dos produtos vendidos. Nos mercados vizinhos, a produção é toda feita por parceiros locais. "Não temos preconceito com a terceirização. Não precisamos fabricar os produtos, precisamos ter ideias fora da caixa", disse ao Valor o presidente da Whirlpool, João Carlos Brega, que assumiu o comando na América Latina em abril passado. A companhia teve receita líquida de US$ 4,9 bilhões em 2012 na região - 50% disso vem da operação brasileira.
Brega está na companhia há 18 anos. Foi presidente da Embraco, fabricante de um em cada quatro compressores vendidos no mundo, que pertence ao mesmo grupo, e da Whirlpool no México e no Canadá. Também foi diretor de operações para Argentina e Chile. Segundo ele, "ainda há grandes oportunidades nesses países [da América Latina]". No novo cargo, mantém a responsabilidade sobre as operações da Embraco, além da Whirlpool na América Latina.
Na Argentina, as lavadoras e refrigeradores da Whirlpool são fabricados por indústrias locais como Mirgor, Alladio, Macoser, Orbis, Spar e recebem a marca da multinacional quando saem da linha de produção. Na Colômbia, refrigeradores começarão a ser produzidos no fim de 2013 pela Haceb, com quem a Whirlpool firmou parceria, com participação de 50% no negócio.
As vendas na América Latina no quarto trimestre de 2012 aumentaram 14%, para US$ 1,3 bilhão, sem os efeitos cambiais provocados pela valorização do real. A dona da marca Brastemp elevou volumes, preços e melhorou o mix de produtos na região. No Brasil foram lançados 140 produtos. Para este ano, Brega prevê mais 150.

"Nosso trabalho é promover a obsolescência por [avanço de ] tecnologia", diz o presidente, que integra o comitê global da companhia com mais sete executivos.
Brega passa metade do ano em viagens. Em 2012, só na China foram 89 dias. Para suportar o ritmo, o executivo, formado em administração de empresas, é metódico. Nos hotéis nos quais se hospeda, organiza seus pertences sempre no mesmo lugar. Na empresa, é disciplinado com o tempo. Dá valor a conversas pessoais, em pequenos grupos, que servem para incentivar carreiras e estimular talentos.
Alimentar o mercado com novidades que superem as antigas, para "encantar o consumidor", como gosta de repetir o presidente da Whirlpool, é uma obrigação. Um exemplo de novo negócio foi a entrada no segmento de purificadores de água por assinatura, um formato que até então a companhia não adotava. Esse produto atrelado a um serviço aproxima mais a companhia do consumidor - um técnico é enviado à casa o cliente, com regularidade. E abre para a Whirpool novas possibilidades na oferta de serviços para as marcas Brastemp e Consul.
Brega é pragmático ao comentar a política de estímulo ao consumo adotada pelo governo federal no ano passado, com redução e isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para diversos eletrodomésticos. "A redução de IPI traz clientes para a loja, mas se não há produtos não adianta", diz, referindo-se a novidades.
A projeção para este ano é que as operações do Brasil e da América Latina cresçam entre 3% e 5% - mesma taxa esperada para Ásia.
A Eletros, associação que representa o setor no Brasil, fez um estudo por encomenda do governo para suprir com eletroeletrônicos as moradias populares do programa "Minha Casa Minha Vida". Se aprovado, impulsionaria o setor de linha branca como a redução do IPI. Segundo o presidente da Eletros, Lourival Kiçula, o estudo iniciado em maio está parado desde as eleições de outubro. O programa pretende construir 2 milhões de casas e apartamentos até 2014.
Valor
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