Wednesday, February 06, 2013

Samsung vê downloads de aplicativos crescerem 400% com parcerias locais

A verdadeira batalha pelo futuro do mercado de smartphones não está em novos aparelhos apenas. Está no que cada consumidor poderá fazer com o dispositivo que tiver em mãos. “A guerra se trava no ecossistema, ou seja, na quantidade e na variedade de aplicativos que permeiam o ecossistema em volta do hardware, que é commodity”, afirma Fernando Belfort, líder da consultoria Frost & Sullivan para a América Latina.
Esse cenário explica a estratégia da Samsung para fomentar o desenvolvimento de conteúdo por meio de parcerias. No ano passado, a empresa registrou alta de 400% em downloads de sua loja de aplicativos Samsung Apps no Brasil. A iniciativa é global, mas, segundo Robson Lisboa, gerente sênior da área de conteúdo e serviços da Samsung no país, a subsidiária local saiu na frente, há dois anos e meio. Hoje, tem cerca de 180 parceiros locais, entre tradicionais nomes como Grow e Coquetel, editoras de revistas e jornais, e outros, como a tradicional fabricante de cadernos de anotações, Moleskine. “Muitas empresas ainda não entraram no mundo digital e veem a vida digital como uma ameça”, diz Lisboa. “Conversamos com parceiros que achavam que éramos concorrentes.”
O executivo tem um time de 14 profissionais responsáveis por planejar e criar projetos junto com os parceiros para transformar o conteúdo em aplicativos. Agora, a equipe está trabalhando em mais de 50 projetos. No caso da Grow, por exemplo, o tradicional jogo Perfil ganhou uma versão para celular. E está em desenvolvimento uma opção online que poderá, inclusive, ser jogada por meio do Facebook. “Isso abre novos caminhos de monetização para o negócio de nossos parceiros.”
Robson conta que não tem uma meta numérica de novos parceiros, mas, ao longo deste ano, vai reforçar a atuação em segmentos como entretenimento, saúde, finanças, além de celebridades. “Minha função é trazer empresas improváveis para este modelo de parceria”.
A divisão de receita varia caso a caso, mas, em média, segue a métrica do mercado de 70% para o dono do conteúdo e 30% para a Samsung. Por seis meses, o aplicativo fica disponível apenas na Samsung Apps, como forma de rentabilizar o investimento feito pela companhia.
A exigência de exclusividade é simples. A Samsung lidera o mercado mundial de smartphones com 30% de participação, segundo a consultoria Strategy Analytics. Mas utiliza o sistema operacional Android, do Google, em seus tablets e smartphones. A plataforma é aberta e os aplicativos desenvolvidos para o Android funcionam em qualquer aparelho que utilize o sistema. “Se o consumidor opta pelo Android, qual fabricante escolherá? Se, além de aspectos técnioas, a Samsung tem diferenciais como aplicativos exclusivos, pode ser uma opção”, diz Belfort. “Ela está pensando nas vantagens que o usuário terá ao comprar o aparelho”, acrescenta o especialista.
Um exemplo de benefício para o consumidor é a estratégia da Samsung de oferecer aplicativos grátis para compradores de seus produtos. No caso do Galaxy Tab de 10.1 polegadas, por exemplo, que custa cerca de R$ 1,5 mil, o comprador ganha o equivalente a US$ 700, ou R$ 1,4 mil, em assinaturas digitais de revistas, da locadora virtual NetMovies, em armazenamento no serviço Dropbox e outros aplicativos, por certo período. A meta para este ano é elevar esse bônus para US$ 1,1 mil.
Lisboa avalia que o foco em firmar parcerias locais explica o fato de, segundo ele, o Galaxy Tab, tablet da empresa, ter ultrapassado o iPad, da Apple, em participação de mercado no Brasil, há dois anos. “A Apple tem um apelo de marca muito forte, precisamos oferecer mais”, afirma. Outro diferencial, acrescenta, é a possibilidade de massificação que a Samsung oferece, justamente por liderar o mercado de smartphones. “Muitas empresas investiram no iOS (sistema operacional da Apple), mas ele cobre uma pequena parcela da população, o que reduz o retorno sobre o investimento”, completa Lisboa.
Para Belfort, o potencial da Samsung nesse mercado é enorme. “É a única empresa que tem celular, tablet, televisão, aparelhos domésticos como geladeira. E, no futuro próximo a gente vai ter aplicativo em todos os lugares.”
Brasil Econômico
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