Wednesday, November 27, 2013

Brasil é estratégico para Harley-Davidson

Ainda nos 80, quando o relacionamento entre uma fabricante de motocicletas e seus clientes transcorria de forma pragmática dentro das lojas, quase sempre nos ingratos momentos das revisões, a Harley-Davidson decidiu dar avançar na relação entre marca e consumidor. Branding que nascia sob a assinatura Harley Owner Group (HOG), um clube de relacionamento e encontros gerenciado pela companhia de Milwaukee para os proprietários de duas rodas que, em 2013, somaria mais de um milhão de fiéis proprietários das dark custom no mundo. Hoje, ainda que o Brasil represente algo próximo de 1,5% do total, com cerca de 13 mil consumidores, a importância estratégica de um mercado em desenvolvimento fica evidente desde a inauguração da fábrica de Manaus, no início do ano passado, à participação no projeto dos mais novos produtos globais.
Longino Morawski, diretor-superintendente comercial da Harley-Davidson no Brasil. Foto: Divulgação1/4
Embora a subsidiária brasileira não tenha participado diretamente do projeto, que foi gerenciado pelo head office da companhia nos Estados Unidos, algumas centenas de clientes ouvidos pela Harley no desenvolvimento da linha Street — a inédita aposta para alargar a porta de entrada com as motos para públicos mais jovens com preço na casa de US$ 7 mil (cerca de R$ 16 mil) — vieram de alguns grupos de discussão organizados pelos principais executivos da companhia em São Paulo. Feedback simples e rápido de ser obtido para quem está acostumado a dialogar com os clientes através de eventos, encontros e uma plataforma online que permite o relacionamento entre os membros do clube da marca.
Somente no último ano, foram três grandes eventos promovidos no Brasil pela Harley-Davidson, como o Rio Harley Days, o National H.O.G. Rally, a festa em comemoração aos 110 anos da marca e o encontro no Salão Duas Rodas.
“A Harley-Davidson do Brasil procura manter um relacionamento cada vez mais próximo com o consumidor nacional e, com isso, trazer produtos que atendam a esse mercado e deixem o portfólio de motocicletas da marca, disponível no país, ainda mais completo. Além disso, a Harley-Davidson vem trabalhando fortemente para trazer novos consumidores para a marca”, avalia Longino Morawski, diretor-superintendente comercial da companhia no Brasil. Ainda que não tenha sido incluída no calendário de lançamentos nacional, os dois modelos Street que entram nas lojas dos Estados Unidos e Europa em 2014 reforçam a proposta de rejuvenescimento da marca que muito em breve deve repercutir por aqui. “Neste primeiro momento, as novas Harley-Davidson Street 750 e Street 500 serão lançadas em alguns mercados selecionados e iremos continuar com o plano para mais regiões no futuro. Ainda não há uma definição sobre o lançamento destes modelos no Brasil”, acrescenta Morawski. Entender a viabilidade em relação à demanda e o custo de produção desses produtos no país são alguns dos pontos em análise. A aposta em emergentes asiáticos como é o caso da Índia, onde o produto também será apresentado no próximo semestre a partir da fabricação na unidade em Bawal, na região Norte daquele país, parece um indicativo claro do interesse da Harley em quebrar paradigmas.
E mais: Lucro da Harley-Davidson sobe US$ 163 milhões no terceiro trimestre
E mesmo o câmbio já não é um grande empecilho para a empresa no Brasil. “O aumento do dólar impacta, de forma geral, todos os produtos balizados pela moeda. Para a Harley-Davidson, não é diferente. Entretanto, o fato de montarmos a maioria dos nossos modelos em Manaus, reduz esse impacto. Ter uma fábrica em Manaus é fator fundamental para a marca no país”. Cabe, no entanto, superar o potencial desafio de deixar a linha Street com preço competitivo por aqui. Com acréscimo de taxas e impostos, o veículo facilmente atingiria a casa de R$ 30 mil, onde já estão posicionados alguns dos modelos de entrada da empresa.
No ano passado, a Harley-Davidson teve seu melhor desempenho em vendas no mercado nacional. De acordo com números da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Motonetas, Bicicletas e Similares, foram 6,8 mil unidades comercializadas ante 5,2 mil de 2011. Em 2006, eram apenas 1,6 mil. A meta da empresa, que assumiu de 2011 para cá todas as operações de vendas, é fechar o atual com 20 pontos de venda, o dobro em relação há dois anos. Além dos EUA, onde a Harley registra mais da metade de suas vendas, o Brasil pleiteia a quarta posição em vendas anuais, atrás de Japão e Canadá.
Brasil Econômico – 22/11/2013
Related products
See this news in: english
Other news
DATAMARK LTDA. © Copyright 1998-2024 ®All rights reserved.Av. Brig. Faria Lima,1993 third floor 01452-001 São Paulo/SP