Wednesday, January 09, 2013

Exportação em queda derruba produção de montadoras no país

A intervenção do governo federal no mercado automotivo ajudou a recuperar as vendas, mas a produção de veículos caiu cerca de 2%. O que prejudicou a ação governamental, que estimulou as vendas de carros com o desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), foram os mercados internacionais. A exportação brasileira, caiu 20,1% no volume no ano passado comparado com 2011.
“Não foi um ano para ser comemorado. A queda em valores também foi expressiva, 9%. Não conseguimos repassar os aumentos dos insumos e os custos cambiais para os preços dos carros exportados. Para 2013, não vislumbramos uma melhora”, disse Luiz Moan, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
As montadoras brasileiras exportaram 442,07 mil unidades no ano passado, ante 553,33 mil veículos. Esse volume rendeu US$ 11,81 bilhões aos caixas das empresas. “Trabalhamos com um dólar no mesmo de 2012 para este ano”, acrescentou. Moan é o próximo na linha de sucessão da Anfavea. Ele deve assumir o comando da entidade em maio deste ano.
Com a queda nas exportações, a Volkswagen, a empresa com maior volume embarcado do setor, deve empatar a sua produção com a sua grande rival. Com três fábricas em operação no país, a montadora deve fabricar 850 mil carros, o mesmo volume da Fiat, que detém uma unidade produtiva por aqui.
Com 36 anos de Brasil, a montadora italiana agora acumula o título de líder de mercado no país e divide o bastão de maior produtora nacional. “2012 foi o melhor ano para a empresa no mercado nacional e vamos continuar acelerando os investimentos para sustentar a posição de líder em vendas e maior mercado para a corporação”, disse o presidente da Fiat, Cledorvino Belini, recentemente.
De 2006 até o ano passado, a Volkswagen sentiu a agressividade da Fiat no mercado nacional. Em contrapartida, a Volks mantinha nas exportações um terreno seguro, o que começa mudar com a queda em muitos mercados compradores, como o europeu. Assim, a montadora viu sua produção cair de 1,06 milhão de unidades em 2010, para em torno de 850 mil no ano passado.
“No mercado total, a queda em unidades é reflexo da crise internacional, que atingiu vários mercados para onde destinam a produção de todas as montadoras instaladas aqui”, disse Luiz Moan.
Segundo ele, o que sustentou um nível até aceitável da produção, 3,34 milhões ante 3,40 milhões em 2011, queda de 1,9%, foi justamente as vendas internas. No ano passado, foram licenciados 3,8 milhões de veículos ante 3,66 milhões apurados em 2011. O que resultou um aumento de 4,6%.
“Isso tudo somente foi possível com o desconto do IPI. No período (maio a dezembro) foram comercializados 400 mil carros a mais por conta do benefício. Isso rendeu uma arrecadação adicional de R$ 1,4 bilhão”, afirmou Moan.
A volta da cobrança da alíquota normal do imposto está prevista para julho deste ano e com isso, segundo ele, os descontos nos preços dos carros que foram concedidos pelas montadoras como contrapartida para a alíquota menor do IPI, também acabam. “Não discutimos isso com o governo, mas isso é uma política de cada empresa. Cada montadora vai definir como vai ser a sua tabela de preços”, disse o dirigente.
Outra contrapartida foi a manutenção dos empregos no setor. Assim como na questão dos preços, Moan ressaltou que, a garantia de preservação dos postos de trabalho nas fábricas está mantida “por enquanto”. “ Desde maio já acumulamos mais 5 mil empregos.”
Brasil Econômico
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