Tuesday, January 08, 2013

Estoques baixos no varejo ajudam na retomada do setor calçadista em 2013

Com estoques em baixa, após encomendas conservadoras no Natal de 2012, o setor varejista começa se reabastecer para encarar o ano e a Couromoda, que abre o calendário de feiras nacionais na próxima semana (13 e 17 de janeiro), é a promessa de reaquecimento do mercado calçadista. Dados da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac) mostram que, no ano passado, a indústria calçadista cresceu 3,2%, já descontados a inflação de 5,8%. Em número de pares, no entanto, a expansão foi menor, 1,9% no ano passado, em comparação com 2011.
As perspectivas para 2013 são mais otimistas. Apesar da difícil batalha contra os produtos asiáticos, as indústrias nacionais vêm fazendo a lição de casa para criar diferenciais e voltarem a competir, especialmente porque quando o assunto é calçado, o barato tem saído muito caro para empresas brasileiras. “O setor que mais sofre são de empresas que atuam abaixo do preço médio do setor (R$ 51,52)”, explica Francisco Santos, presidente do Grupo Couromoda. “Vendíamos volume, hoje vendemos qualidade, moda, produto de maior valor agregado. Isso os asiáticos não tem.”
Um exemplo dessa estratégia é a marca Democrata, que chegou a ter 50% de seu faturamento provenientes de exportações — hoje é 25%. “Hoje nosso foco é trabalhar o mercado externo com parcerias e lojas de franquia”, afirma o gerente comercial da empresa, Marcelo Paludetto. “A Democrata também não encontrou uma vacina para o mal estar geral que atingiu o setor no ano passado. Tínhamos expectativas muito positivas, que não se consolidaram”, afirma Paludetto.
A empresa espera ter fechado 2012 com aumento de 7% a 8% nas vendas. Porém, o cenário para 2013 será diferente. “Mudamos nossa estratégia, adequando a linha para um modelo mais casual, confortável e despojado e devemos ter melhores resultados neste ano”, explica o executivo. A meta é sair de uma alta de 3% no volume em 2012, para 10% em 2013. “E, em consequência, ter um aumento de 14% no faturamento e brigar para manter as exportações no patamar de 25% da receita.”
A Crysalis também arrumou a casa para voltar a crescer. Fundada em 1971, a indústria de Três Coroas, Rio Grande do Sul, reduziu a produção no ano passado para focar em qualidade e melhorar o preço médio dos produtos. “O ano foi complicado para o setor, as empresas até tiveram aumento no faturamento médio, mas não em volume”, afirma Rafael Wilbert, diretor superintendente da Crysalis. “Tivemos um aumento de faturamento de 2%, que não cobre a inflação”, ressalta.
Este cenário deve mudar. “Chegamos onde queríamos em produto, com melhor qualidade, design e logística. Vamos ter uma recuperação em volume e em faturamento”, diz Wilbert, ressaltando que a Crysalis atua na moda popular com preços médio na faixa de R$ 50 na fábrica e revenda de até R$ 130 ao consumidor.
No entanto, a empresa ainda não tem planos de voltar a competir com força no mercado externo, que já representou 12% da receita da companhia e hoje está na casa dos 5%. “Depois das restrições aos produtos importados na Argentina o mercado ficou ainda mais difícil.”
Já a marca de Fernando Pires, queridinho das celebridades, por outro lado, tem planos de explorar melhor às exportações. “Após a feira (Couromoda) vamos efetivar nosso plano de franquias e incrementar nossa participação no mercado interno. Colhidos estes resultados, daremos ênfase às exportações”, afirma Maria Tereza Dores, sócia da marca. Atualmente as vendas de Fernando Pires somam R$ 400 mil por mês. A ideia é que esta cifra salte para R$ 1,25 milhão até a metade do ano que vem.
Brasil Econômico
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