Monday, January 07, 2013

Anglo American vende mina no Amapá

A mineradora Anglo American e sua parceira Cliffs Natural Resources fecharam acordo para venda de sua operação de extração de minério de ferro no Amapá para a Zamin Ferrous, do ex-corretor de commodities Pramod Agarwal, por uma quantia não revelada.
A Anglo adquiriu o controle da mina, no Estado do Amapá, da empresa MMX, do bilionário Eike Batista, em 2008, como parte da aquisição do projeto Minas-Rio por US$ 5,5 bilhões. Mas a mina foi considerada não essencial, e oficialmente leiloada no ano passado, em um movimento de reestruturação de sua carteira de ativos feito pela mineradora em todo o mundo.
A venda anunciada ontem, que acrescenta à carteira de minério de ferro da Zamin ativos na América do Sul, permitirá que a Anglo concentre suas atividades no seu ativo mais importante, a Minas-Rio do Brasil, onde a mineradora enfrenta a alta dos custos e os atrasos na concessão de licenças.
A Minas-Rio foi o fator fundamental do esfriamento das relações entre a presidência da Anglo e os acionistas, e, juntamente com a próxima revisão da operação de platina da mineradora, é considerada crucial para a recuperação de suas ações, cujo desempenho tem sido inferior ao esperado.
A Anglo anunciou em novembro ser improvável que o custo do projeto Minas-Rio fique abaixo de US$ 8 bilhões, em comparação com a previsão anterior da empresa de US$ 5,8 bilhões - e que já correspondia ao dobro das estimativas originais.
"Mais importante para as ações da Anglo (do que a venda da mina do Amapá) seria que a transação (de ontem) fosse seguida por uma maior racionalização da carteira em seus ativos de minério de ferro", afirmaram ontem analistas do JP Morgan, acrescentando que os investidores provavelmente gostariam de um parceiro estratégico para a Anglo no projeto Minas-Rio.
A mina do Amapá tem potencial de expansão, segundo a Zamin, que é proprietária da usina de processamento de minério de ferro Zamapa, no mesmo Estado, mas uma das limitações da operação é representada pela restrição aos navios de grande porte no porto do Amazonas que servem à mineradora, o que reduz a quantidade de minério a ser carregado em qualquer data.
Entretanto, a Zamin disse que a aquisição permitirá que ela produza 45 milhões de toneladas anuais no prazo de cinco anos.
"A Zamin está comprando num momento favorável do ciclo, em que os preços do minério de ferro estão se recuperando depois do colapso, em meados de 2012, e de renovada confiança nas perspectivas do setor", disse Agarwal, o fundador da Zamin.
Desvalorização. Uma avaliação interna efetuada pela Anglo em 2011estabeleceu o valor de US$ 1,5 bilhão para a mina do Amapá, significando que a participação de 70% da Anglo valeria pelo menos US$ 1 bilhão, mas acredita-se que este valor caiu, porque o preço do minério de ferro baixou e as perspectivas de crescimento da China são pouco claras.
Um relatório de setembro colocou o valor do negócio mais perto do intervalo entre US$ 400 milhões a US$ 600 milhões. E, ontem, os analistas afirmaram que calculavam um preço bem inferior a essa quantia.
Em seu anúncio, a Cliffs disse que o valor da mina do Amapá precisaria ser corrigido a fim de refletir seu justo valor, acrescentando que faria uma provisão líquida por depreciação de cerca de US$ 380 milhões a US$ 420 milhões.
A Anglo informou em seu relatório anual de 2012 que, este ano, a operação no Amapá deverá produzir 5,5 milhões de toneladas de minério de ferro.
Estadão
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