terça-feira, 14 de setembro, 2021

No ES, siderúrgica começa a dessalinizar água do mar para usar na produção

Dois anos após anunciar o projeto de dessalinização da água do mar para uso industrial, a ArcelorMittal apresentou, nesta segunda-feira (13), a planta de dessalinização que começou a operar na empresa no início deste mês.
O processo é inédito em uma empresa no Espírito Santo. A obra custou R$ 50 milhões e tem a capacidade de retirar o sal de 500 mil litros de água por hora.
A siderúrgica apostou no projeto após as crises hídricas que castigaram o estado em 2014 e 2015. Até o início de setembro, a indústria usava água doce do Rio Santa Maria, fornecida pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), a mesma que abastece grande parte da Grande Vitória.
A ArcelorMittal era a maior consumidora de água do Rio Santa Maria. Com a nova estrutura, os 500 mil litros de água dessalinizados para serem usados na produção da indústria vai aumentar o volume disponível para a população da Grande Vitória. A água potável produzida pela unidade, por exemplo, é suficiente para abastecer 80 mil pessoas.
O intuito, segundo a empresa, é deixar de usar a água potável para uso industrial.
"A legislação brasileira determina que no caso de qualquer evento de escassez hídrica a prioridade de fornecimento é para uso humano e animal. O uso industrial fica no final da fila", apontou Benjamin Baptista Filho, presidente da ArcelorMittal Brasil e atual CEO da ArcelorMittal Aços Planos América do Sul.
- Osmose reversa
O processo de dessalinização é feito em vários países por diferentes mecanismos. No Espírito Santo, a técnica adotada pela empresa foi a "osmose reversa", no qual a água do mar é captada na região de Praia Mole, na Serra, e tem o sal retirado para se tornar potável.
"O primeiro estágio é fazer uma filtragem para retirar os materiais mais grossos como areia e terra. A partir da primeira limpeza passa num novo sistema de filtro para captar partículas mais finas e, finalmente, entra na osmose reversa. É uma membrana super fina onde a água passa e o sal não tem a capacidade de passar. A partir do momento que a água circula dentro dessas membranas sai ao final dela 500 metros cúbicos de água tratada, com características químicas para o uso industrial", explicou Jorge Oliveira, um dos executivos da empresa.
G1 - 13/09/2021
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