quinta-feira, 24 de junho, 2021

Furor nos bastidores do filme

O esplendor dos últimos indicadores chega a ser abusivo para uma economia que mal evoluiu 1% ao ano na última década. O fato é que o consumo aparente de embalagens plásticas flexíveis fechou 2020 na marca de 2.046 milhões de toneladas, índice recorde no cômputo desde 2010, tal como a produção de 2.088 milhões de toneladas no ano passado, indicando ocupação de 75% da capacidade instalada orçada na faixa de 2.800 milhões de toneladas.
Claro que esse desempenho platinum plus veio na garupa da soma do auxílio emergencial de R$600 com a primazia dada pela população confinada a gastos com produtos essenciais, alimentos à frente. E para este ano, uma vez que a vacinação segue lenta e a propagação do vírus continua inquietadora, o consenso na indústria de embalagens plásticas flexíveis é de que o bis dos números portentosos do ano passado tende, pela lógica e sem intromissão do Sobrenatural de Almeida, a dar as caras no balanço do exercício atual, mesmo com desemprego recorde, inflação à solta, dólar nas alturas e poder aquisitivo minado pelo auxílio emergencial menor e pelo encarecimento de despesas incontornáveis como combustível, gás de cozinha, energia elétrica e medicamentos.
Bastariam esses sinais de continuidade de êxtase com a demanda de embalagens flexíveis, reduto dominado por filmes de polietileno (PE) e polipropileno (PP), para fazer fornecedores de resinas e materiais auxiliares sorrirem de orelha a orelha. Mas as razões para tanto entusiasmo, assim como o melhor estímulo para intensificarem o requinte e alta fluidez de seus desenvolvimentos, como prova a abundância de referências nas páginas seguintes, vão além da vista aérea dos números pontuais. Descendo bem mais fundo com as lentes setoriais, a partilha da produção de 2.088 milhões de toneladas de embalagens flexíveis no último período contempla com a liderança (33%) um altar da devoção tecnológica de PP, PE, masterbatches, compostos e aditivos: as estruturas multicamada (coex e laminados) de alto valor agregado e, por tabela, bem receptivas a formulações avançadas. E, para adoçar ainda mais as perspectivas, as fatias de shrink e stretch, películas que também demandam matérias-primas cada vez mais diferenciadas, somam participação de 25%.
O frenesi toma conta dos bastidores do filme.
plásticos em revista - 22/06/2021
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