quarta-feira, 05 de maio, 2021

Produção industrial no país recua pelo segundo mês consecutivo

A produção industrial no Brasil caiu pelo segundo mês consecutivo em março, intensificando as perdas de fevereiro, quando houve a interrupção de nove meses de resultados positivos. O recuo de março foi puxado principalmente pela queda na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias.
Os dados são da PIM (Pesquisa Industrial Mensal), divulgada nesta quarta-feira (5) pelo IBGE. Conforme o instituto, a queda em março foi de 2,4% em relação a fevereiro, mês que já tinha registrado perda de 1%.
O gerente da pesquisa, André Macedo, explica que o aprofundamento do recuo do setor industrial, em março, está relacionado à intensificação das medidas de combate à covid-19.
“Esses dois resultados negativos têm como pano de fundo o próprio recrudescimento da pandemia. Isso faz com que haja maior restrição das pessoas, o que provoca a interrupção das jornadas de trabalho, paralisações de plantas industriais e atrapalha toda a cadeia produtiva, levando ao encarecimento e à falta de insumos para o processo produtivo. Isso afeta o processo de produção como um todo”, diz.
O pesquisador destaca que, de maio de 2020 a janeiro de 2021, houve ganho acumulado de 40,1%, o que fez a produção industrial superar o patamar pré-pandemia.
“Nesse período, houve um ganho de 3,5% acima do patamar de fevereiro de 2020. Mas, com as perdas de fevereiro e março deste ano, nós zeramos esse acumulado que tinha até o mês de janeiro. De modo que o patamar de março de 2021 é exatamente o mesmo do pré-pandemia”, explica.
Principal influência negativa entre as atividades, o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias teve retração de 8,4%, terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perda de 15,8%.
“O recuo nos veículos automotores, reboques e carrocerias foi especialmente afetado pela redução na produção dos automóveis e de autopeças. Houve nessa atividade uma série de interrupções de processos de produção, paralisações e férias sendo concedidas. Isso justifica a queda de 8,4%”, afirma Macedo.
Ainda nas influências negativas, destacaram-se as atividades de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-14,1%), de outros produtos químicos (-4,3%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,4%), de couro, artigos para viagem e calçados (-11,2%), de produtos de borracha e de material plástico (-4,5%), de bebidas (-3,4%), de móveis (-9,3%), de produtos têxteis (-6,4%) e de produtos de minerais não metálicos (-2,5%).
Na comparação com março de 2020, a produção industrial cresceu 10,5%, a taxa mais elevada desde junho de 2010 (11,2%). É o sétimo mês de crescimento consecutivo nesse indicador.
O pesquisador explica que o resultado se deve à base de comparação baixa, uma vez que o setor recuou 3,9% em março de 2020 e também ao efeito-calendário. Neste ano, o mês de março teve um dia útil a mais do que no ano anterior.
R7 - 05/05/2021
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