segunda-feira, 26 de abril, 2021

Confiança do empresário tem menor patamar desde setembro, diz CNC

A confiança do comerciante brasileiro voltou a cair em abril, pelo quarto mês seguido. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Ice), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou redução mensal de 6,4%, já com os ajustes sazonais, ficando em 95,7 pontos.
Esse foi o menor resultado desde setembro de 2020, quando marcou 91,6 pontos, que também havia sido o último mês em que o Icec havia ocupado a zona de insatisfação (abaixo de 100 pontos). Em comparação com abril de 2020, o Icec apontou variação negativa de 20,7%.
Em nota, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, explica que o indicador reflete percepções negativas em relação às condições gerais da economia, o que resulta na baixa expectativa de investimentos pelos empresários, apesar da movimentação de recursos na Páscoa e da retomada do auxílio emergencial em abril.
“É preciso destravar os setores paralisados, como o comércio, que foi diretamente impactado pelo lockdown. Para isso, não existe fórmula mágica, a imunização da população precisa andar. Acreditamos que, com maior circulação de pessoas pelas ruas, o cenário de confiança do comerciante possa se modificar no curto e médio prazos”, afirma Tadros, reforçando que a dependência presencial do varejo é muito grande.
- Componentes
Os três componentes do Icec apresentaram queda pela terceira vez seguida. O índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio caiu 9,6%, enquanto as expectativas do empresário do comércio caíram 6,2% e as intenções de investimentos recuaram 4,1%.
O aumento das dificuldades de equilíbrio entre oferta e demanda também chamaram a atenção no que diz respeito ao nível de estoques. Em abril de 2020, cerca de 61,2% dos empresários consideravam que os estoques estavam em um volume compatível. Em abril deste ano, o número caiu para 56,7%, o que, segundo a CNC, demonstra que há incertezas e dificuldades para fazer o ajuste do volume de produtos da empresa com o mercado.
O economista da CNC responsável pela pesquisa, Antonio Everton, aponta também que o cenário é ainda mais complexo e cita outros motivos que podem contextualizar a percepção do comerciante: “Há problemas para conseguir repassar aumento de custos para os preços finais, quando há famílias mais endividadas. Além disso, o crédito está mais caro, há incertezas políticas, demora com reformas do Estado, dólar alto e consumidores cautelosos quanto a extrapolar gastos.”
G1 - 26/04/2021
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