quinta-feira, 17 de dezembro, 2020

Eventual atraso na vacinação vai causar impacto na economia

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou nesta quinta-feira (17) que um eventual atraso na vacinação dos brasileiros poderá impactar o ritmo de retomada da economia.
"Se houver uma atraso de vacinação que implique em uma mobilidade menor, vai ter impacto na atividade econômica e nas variáveis de tomada de decisão. Hoje em dia, nada indica que isso vai acontecer. O governo acabou de anunciar uma MP [Medida Provisória] de R$ 20 bilhões [para vacinação da população]", disse ele.
No relatório de inflação, divulgado mais cedo nesta quinta-feira pelo BC, a instituição avaliou que a recuperação econômica mundial continua dependente da evolução da Covid-19 e que a "ressurgência da pandemia em algumas das principais economias tem revertido os ganhos na mobilidade e deverá afetar a atividade econômica no curto prazo, após a recuperação parcial ocorrida ao longo do terceiro trimestre".
"No entanto, os resultados promissores nos testes das vacinas tendem a trazer melhora da confiança e normalização da atividade no médio prazo", acrescentou o BC, no documento.
O Banco Central também baixou sua expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no que vem, de 3,9% para 3,8%. Ainda assim, está acima da previsão do mercado financeiro, que é de uma alta de 3,5% para a economia em 2021.
A instituição informou, porém, que sua estimativa para crescimento em 2021 está condicionada ao "arrefecimento gradual da crise sanitária", à manutenção do ajuste nas contas públicas e à continuidade das reformas.
Nesta semana, o presidente do BC afirmou que é mais barato o governo fechar acordos para vacinar a população contra a Covid-19 do que prolongar o auxílio emergencial. O governo federal tem indicado que não prolongará o auxílio emergencial em 2021.
Questionado sobre essa declaração, Campos Neto afirmou, nesta quinta-feira, que apenas observou o que o mercado financeiro já está "precificando" nos ativos, como juros, câmbio e mercado acionário, a vacinação.
"Os preços de mercado deixaram de seguir os anúncios fiscais e passaram a seguir os anúncios de vacina. O mercado deixou de olhar uma solução temporária [auxílio emergencial] e passou a enxergar uma solução definitiva [vacina]. Isso está espelhando os preços de mercado", disse ele.
De acordo com o presidente do BC, é "mais eficiente gerar condições de emprego para trabalhar do que ajudar as pessoas a ficarem em casa".
"É importante a gente entender que uma solução definitiva sempre vai ser mais eficiente do que uma temporária (...) Vejo que esforços concentrados, direcionados na vacinação são mais eficientes do que uma conversa sobre uma possível extensão do auxilio emergencial", concluiu.
G1 - 17/12/2020
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