quinta-feira, 08 de fevereiro, 2018

Cade aprova fusão de Arcelor e Votorantim em longos

O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) não seguiu a recomendação de parecer da superintendência-geral do órgão e aprovou, mediante assinatura de acordo, a fusão dos negócios de aços longos da ArcelorMittal e da Votorantim. Durante o julgamento desta quarta-feira (07), a relatora, conselheira Polyanna Ferreira Silva Vilanova, defendeu que o Acordo em Controle de Concentrações (ACC) proposto pelas empresas – que prevê a venda de dois pacotes de ativos para duas companhias diferentes, que corresponderão a um terço do que foi comprado pela ArcelorMittal – reduz “significativamente os riscos concorrenciais”. As vendas envolvem unidades hoje da ArcelorMittal em Cariacica (ES), Itaúna (MG) e outras duas unidades em local não divulgado. “Se um mercado com três agentes mostrou tamanha estabilidade, não é de se esperar que a redução para dois agentes enseje uma prática agressiva de aumento de preços”, avaliou Polyanna. “O ACC contempla todas as preocupações concorrenciais aventadas ao longo da instrução da presente operação”, acrescenta ela. “O acordo foi elaborado considerando três obrigações principais, a fim de preservar as condições de concorrência nos mercados relevantes impactados direta e indiretamente pela operação.” O conselheiro João Paulo de Resende chegou a iniciar uma divergência no caso, votando pela reprovação porque a fusão dividiria o mercado de aços longos entre apenas duas empresas, a resultante dessa fusão e a Gerdau. Ele foi acompanhado pela conselheira Cristiane Alkmin, para quem, a divisão que se fortalecerá após a operação porque a venda dos ativos propostos teria baixíssima probabilidade de criar um concorrente forte como era a Votorantim Siderurgia. No entanto, seguiram o voto da relatora os conselheiros Mauricio Oscar Bandeira Maia, Paulo Burnier da Silveira e o presidente do Cade, Alexandre Barreto de Souza, que fizeram maioria pela aprovação. Em nota, o Instituto Nacional das Empresas de Preparação de Sucata Não Ferrosa e de Ferro e Aço (Inesfa) apontou que participou ativamente das discussões relacionadas à compra da divisão de aços longos da Votorantim pela ArcelorMittal e que, por isso “compreende a complexidade do caso e respeita a decisão, lamentando a aprovação.” “O mercado siderúrgico brasileiro tem uma agenda de concentração. Há 30 anos eram quase 30 grupos siderúrgicos no Brasil, e, a partir da decisão de hoje, serão dois grandes grupos controlando de forma amplamente dominante o mercado de aços longos”, criticou o instituto. O presidente da ArcelorMittal Aços Longos para a América do Sul, Jefferson De Paula, disse a jornalistas que as restrições impostas pelo Cade para aprovar a compra da Votorantim Siderúrgica foram duras, mas a operação ainda gerará muito valor para o grupo. “Estamos muito satisfeitos com o resultado, a aquisição da Votorantim é muito importante para a ArcelorMittal e permitirá muitas sinergias.”
DCI - 08/02/2018
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