segunda-feira, 10 de abril, 2017

Becel pode deixar de ser vendida

Há pelo menos dois anos em dificuldade para revitalizar o negócio de margarinas, a Unilever deu o braço a torcer. A empresa abrirá mão da liderança na fabricação global do alimento e buscará um comprador para a operação. No Brasil, esse movimento significará deixar de comercializar a marca Becel. No exterior o mesmo produto é chamado de Flora.
Cerca de uma década, a multinacional vendeu à Perdigão as marcas de margarina Doriana, Delicata e Claybon, além dos equipamentos para a fabricação dos produtos instalados em Valinhos, no interior de São Paulo. A Becel ficou então, como a única marca da categoria comercializada pela companhia no País.
Hoje, a empresa já não está entre as cinco principais concorrentes no segmento, segundo a consultoria Euromonitor International. A Bunge, dona das marcas Primor e Delícia, alcançou a liderança de mercado de margarinas brasileiro em 2016, com fatia de 19,7%. Ultrapassou a BRF, que comercializa Qualy, Deline e Claybon, e detém fatia de 18,2%. Nas posições seguintes estão JBS (12%), fabricante de Doriana, seguida por Itambé (6,9%).
A decisão da Unilever de colocar o negócio de margarinas à venda não surpreendeu especialistas. A categoria perde vigor há anos em diversos mercados, apesar dos esforços das companhias do setor para revitalizar o negócio por meio de novas versões e mais publicidade.
O declínio do segmento é atribuído à mudança global de hábitos do consumidor, que voltou a consumir manteiga - antes vista como vilã da saúde e agora alçada à opção mais saudável do que as gorduras vegetais.
A Euromonitor estima que as vendas de margarinas no Brasil somaram 388,1 mil toneladas em 2016, ante 388,5 mil toneladas no ano anterior. Em receita, houve queda de 7,8%, para R$ 3,87 bilhões. O País é o sétimo maior mercado global de manteiga e margarina. A lista é liderada por Estados Unidos, Irã e Alemanha. A Unilever é líder global em manteigas e margarinas, com 12,3% do mercado em 2016, ante 15,8% há cinco anos. O faturamento mundial na categoria atingiu US$ 4,6 bilhões no ano passado.
O consumo de margarina no mundo recuou 2% em volume no ano de 2016, para 3,92 milhões de toneladas. Em valor, houve avanço de 2,4%. Procurada, a Unilever do Brasil não comentou o assunto.
Supermercado Moderno - 07/04/2017
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